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quinta-feira, 31 de outubro de 2024
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''LAMBEIJOS''

Beijar seu cachorro pode ser perigoso? Especialistas explicam os riscos para humanos e pets

Especialistas explicam o perigo das lambidas e dão dicas para um convívio saudável entre humanos e cães

Postado em 30 de outubro de 2024 por Thais Aires

Nada como ser recebido com alegria e carinho pelo seu cachorro, com pulos e lambidas afetuosas – também chamados de ‘lambeijos’. Entretanto, apesar de reconfortantes, essas demonstrações de afeto podem expor tanto tutores quanto os próprios animais a possíveis riscos de contaminação. Isso ocorre porque a saliva dos cães contém bactérias específicas de sua microbiota, que podem ser prejudiciais à saúde dos humanos e vice-versa.

Em entrevista para o portal g1, a professora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da USP, Andrea Micke Moreno, explica que a saliva canina abriga diversos tipos de bactérias que, ao entrar em contato com os humanos, podem resultar em doenças.

“Os animais têm o costume de lamber as próprias patas, a região genital, caçar e até ingerir fezes de outros animais durante passeios ao ar livre, o que tende a aumentar a chance de transmissão de doenças aos tutores”, explica Moreno, também pesquisadora do Laboratório de Epidemiologia Molecular e Resistência a Antimicrobianos.

Riscos da contaminação

O contato com essas bactérias geralmente provoca reações leves, como dor abdominal, febre e vermelhidão ou inchaço no local lambido. No entanto, em casos mais graves, pode levar a quadros de meningite ou até óbito. Marcia Pinto Mayer, microbiologista do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, acrescenta que o hábito dos cães de tocar a região perianal de outros animais favorece a disseminação de microrganismos intestinais.

Entre os agentes mais comuns encontrados na saliva canina estão: Pasteurella multocida, capaz de causar inchaço nos gânglios e infecções respiratórias; a Campylobacter jejuni, que pode gerar inflamação do cólon com febre e diarreia; e a Capnocytophaga canimorsus, que apresenta risco de septicemia e pneumonia em humanos. Além disso, o Staphylococcus aureus, resistente a antibióticos, pode causar infecções na pele e pulmonares.

Grupos de risco

Embora adultos saudáveis tenham menor probabilidade de desenvolver doenças sérias, alguns grupos são mais vulneráveis. Crianças pequenas, idosos, gestantes e imunossuprimidos (como diabéticos e pacientes em tratamento contra o câncer) estão entre os mais suscetíveis. “É comum que animais fiquem próximos de pessoas doentes, o que é benéfico psicologicamente, mas feridas expostas podem ser contaminadas com facilidade”, alerta Mayer.

Do mesmo modo, os pets também podem ser contaminados por secreções humanas. Cachorros idosos, imunossuprimidos ou em recuperação de cirurgias são os que mais correm risco de contrair infecções de difícil tratamento, conforme observa Moreno.

Convívio seguro com o animal

Para reduzir os riscos, as especialistas recomendam alguns cuidados na convivência com os cães:

  • Realizar exames veterinários periódicos e manter as vacinas em dia;
  • Higienizar caminhas e cobertores regularmente;
  • Oferecer água limpa, evitando acesso a fontes contaminadas;
  • Castrar o animal para diminuir o risco de infecções ligadas a secreções reprodutivas;
  • Limpar as superfícies usadas pelos cães, como brinquedos e áreas de descanso;
  • Lavar as mãos após brincar com o animal ou manusear objetos do pet.

 

 

 

 

 

*texto com informações: portal g1

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