Polícia Civil-SP pede prisão de presidente da torcida Mancha Verde
O pedido de prisão é resultado de uma investigação que se baseou em vídeos gravados no local pelos próprios suspeitos
A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão temporária de Jorge Luis Sampaio, presidente da torcida organizada Mancha Verde, e de outros cinco torcedores do Palmeiras, todos suspeitos de envolvimento em uma emboscada contra torcedores do Cruzeiro. O ataque ocorreu no último fim de semana, na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, região metropolitana de São Paulo. Na emboscada, o torcedor do Cruzeiro José Victor Miranda, de 30 anos, acabou morto, e outras 17 pessoas ficaram feridas, incluindo um torcedor que permanece em estado grave.
O pedido de prisão é resultado de uma investigação que se baseou em vídeos gravados no local pelos próprios suspeitos e nas imagens de câmeras de segurança da Guarda Civil de Mairiporã. Entre os indícios reunidos pela polícia está o registro do sinal de celular de Jorge Luis Sampaio na área no momento do ataque. De acordo com a polícia, o ataque pode ter sido motivado por um antigo conflito entre torcidas, uma vez que, em 2022, Sampaio teria sido agredido por rivais, que ainda exibiram seu RG nas redes sociais como forma de humilhação.
A investigação aponta que os torcedores da Mancha Verde envolvidos na emboscada usaram carros e motos particulares, estacionados nas proximidades, o que facilitou a identificação das placas por meio de sistemas de monitoramento. A investigação conta com o apoio do Gaeco, grupo de combate ao crime organizado, que colabora no inquérito. A decisão judicial sobre os pedidos de prisão temporária está prevista para esta quarta-feira (30).
Enquanto isso, em Sete Lagoas, Minas Gerais, o corpo de José Victor Miranda foi velado em um ginásio de esportes, com a presença de familiares e membros da torcida organizada Máfia Azul. Durante o velório, a dor e revolta dos familiares e amigos ficaram evidentes. Um torcedor, indignado, declarou sua descrença em relação à Justiça paulista, afirmando que “esses caras fazem o que querem e nunca acontece nada”. Outro parente, que preferiu não se identificar, descreveu as lesões graves que seu filho sofreu durante o ataque, detalhando fraturas no rosto, escoriações pelo corpo e pontos na cabeça devido a golpes com barras de ferro.