Diabéticos enfrentam escassez de insulina nas Farmácias Populares
Fabricante parou de produzir um tipo em frasco e pacientes ficaram sem a insulina gratuita
A decisão do laboratório Novo Nordisc de interromper a fabricação de insulina em frascos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Farmácia Popular está gerando preocupações significativas entre os pacientes diabéticos. Desde maio, a falta desse formato do medicamento tem afetado o tratamento de muitos, que dependem da insulina gratuita. A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) confirma que a insulina em frascos não está mais disponível nas Farmácias Populares, embora os pacientes ainda possam obter insulina em canetas nas unidades de saúde.
Em comunicado, a Novo Nordisc anunciou um “período de escassez” e a “indisponibilidade” da insulina regular (Novolin® R) e da insulina NPH (Novolin® N) em frascos, com previsão de que essa situação persista até o final de 2024. A empresa alega que a mudança se deve à necessidade de reestruturação do portfólio de produtos, sem relatar problemas de fabricação.
Alternativas propostas
A escassez de insulina em frascos levanta sérias preocupações sobre a continuidade do tratamento de diabetes. O Conselho Federal de Farmácia expressou a incerteza sobre o impacto da situação no SUS e destacou a necessidade de uma resposta coordenada. Embora o Ministério da Saúde tenha afirmado que não há desabastecimento dos frascos de 10 mL, a falta do produto nas farmácias privadas, que têm autonomia para gerenciar seu estoque, sugere que a situação é mais complexa.
Com a impossibilidade de adquirir insulina em frascos, os farmacêuticos têm orientado os pacientes a retornarem aos consultórios médicos para que suas receitas sejam trocadas por medicamentos que possam ser comprados. Essa alternativa, embora necessária para evitar a descontinuidade do tratamento, acarreta um custo médio de R$ 200 aos diabéticos, aumentando a pressão financeira sobre esses pacientes.
As consequências da falta de insulina adequada podem ser graves, incluindo descompensação glicêmica, que pode resultar em problemas de visão, dificuldade de cicatrização, amputações e até mesmo morte. O cenário atual demanda atenção e ação efetiva por parte das autoridades de saúde para garantir o acesso contínuo e seguro ao tratamento essencial para os diabéticos.