Novo estudo aponta que aparelhos auditivos podem reduzir risco de Parkinson
Especialista em audição ressalta que o tratamento precoce da perda auditiva é crucial para manter a saúde cognitiva e reduzir o risco de doenças neurodegenerativas
De acordo com pesquisadores dos Estados Unidos, a prescrição de aparelhos auditivos pode ser um fator importante para reduzir o risco de desenvolver a doença de Parkinson. O estudo, publicado recentemente na revista Jama Neurology, analisou dados de saúde de 3,5 milhões de veteranos de guerra americanos e identificou que a perda auditiva é um fator de risco para o Parkinson. Pessoas com dificuldades para escutar apresentaram uma probabilidade maior de serem diagnosticadas com a doença no futuro.
Os cientistas observaram ainda que quanto mais grave e precoce a perda auditiva, maior é o risco de desenvolvimento do Parkinson. Contudo, a prescrição de aparelhos auditivos logo nos primeiros sinais de perda auditiva reduziu significativamente essa chance.
“A perda auditiva não tratada leva ao isolamento e à falta de estímulo cognitivo, condições que aumentam o risco de doenças neurodegenerativas como o Parkinson”, explica Ariane Gonçalves, audiologista e especialista em audição da clínica AudioFisa Aparelhos Auditivos. “Os aparelhos auditivos ajudam a manter o cérebro ativo, evitando o declínio cognitivo”.
Ariane reforça que o uso dos dispositivos age como uma proteção para a saúde mental. “Quando tratamos a perda auditiva cedo, conseguimos prevenir o impacto emocional e cognitivo que o isolamento causa. Isso é essencial para diminuir as chances de desenvolver uma condição como o Parkinson”, conclui a especialista e autora do livro Descomplicando a Perda Auditiva.
O que é a Doença de Parkinson?
A Doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo progressivo que afeta a capacidade motora e outras funções do corpo, resultando da perda de células cerebrais que produzem dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos.
Seus principais sintomas motores incluem tremores em repouso, lentidão nos movimentos (bradicinesia), rigidez muscular e perda de equilíbrio, sendo os tremores e a bradicinesia especialmente incapacitantes à medida que a doença avança. Em estágios avançados, pacientes também podem apresentar instabilidade postural e dificuldades em realizar atividades diárias, como caminhar e manter a postura
Além dos sintomas motores, a doença de Parkinson pode causar efeitos não motores, como depressão, distúrbios de sono, perda de olfato e demência, o que impacta significativamente a qualidade de vida.
Embora as causas exatas da doença ainda não sejam totalmente compreendidas, fatores de risco incluem idade avançada (comumente acima de 60 anos), histórico familiar, traumas cranianos e exposição a substâncias tóxicas, como pesticidas e outros agentes químicos.
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