Mais de 489 mil internações por trombose venosa em 11 anos
Sociedade Brasileira de Angiologia destaca a importância do diagnóstico precoce da trombose venosa
No mês de outubro é celebrado o Dia Mundial da Trombose, com o intuito de conscientizar e informar a população sobre essa condição que pode ser silenciosa, porém séria. A trombose é definida pela criação de trombos sanguíneos que bloqueiam os vasos, podendo levar a complicações graves, como a embolia pulmonar, que pode levar à morte.
De acordo com o levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), de janeiro de 2012 a agosto de 2023, mais de 489 mil internações foram registradas no Brasil para o tratamento da trombose venosa.
A cirurgiã vascular Tatiana Losada explicou que a trombose pode ocorrer nas veias ou artérias e, quando se trata das veias, fala-se de trombose venosa, que afeta principalmente as pernas. Segundo ela, a trombose arterial tende a cometer artérias maiores, e aí as mais acometidas vão ser as artérias femorais e as artérias poplíteas que estão nas pernas.
Entre os fatores de risco que podem facilitar o surgimento da trombose estão a imobilidade prolongada, como em viagens longas, uso de anticoncepcionais, tabagismo, obesidade e histórico familiar. Além disso, a trombose pode ser desencadeada por fatores, como cirurgias, traumas, e doenças crônicas, além de fatores genéticos que predispõem à formação de coágulos. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações mais graves.
Tatiana Losada destacou que a prevenção sempre vai ser muito importante e para reduzir o risco de trombose é recomendado a prática de atividade física regularmente, manter uma alimentação balanceada, evitar longos períodos sem se movimentar, não fumar, controlar fatores de risco como pressão alta, colesterol alto, diabetes e naquelas situações em que o paciente precisa ficar longos períodos sem se movimentar, “Por exemplo, após uma cirurgia longa ou uma cirurgia ortopédica, talvez seja necessário o uso da mente com pressão, mas sempre com a recomendação do seu médico ou de cirurgião vascular que tiver te acompanhando”,informou.
“Entre as formas de prevenção estão a prática regular de atividades físicas, evitar longos períodos de imobilidade, manter uma alimentação balanceada e hidratação adequada, além de buscar orientação médica para identificar outros fatores de risco”, destacou Tatiana Losada.
Tatiana também explicou que os sintomas podem variar conforme a localização do vaso afetado, mas de forma geral vão incluir dor, inchaço e vermelhidão na área afetada. “Na trombose venosa profunda nas pernas, esses sinais são comuns na panturrilha e na coxa. Já a trombose arterial pode causar dor intensa, perda de pulsação, palidez e frialdade do membro afetado”,pontuou.
Em relação ao tratamento, a cirurgiã vascular, Tatiana Losada, explicou que geralmente envolve o uso de medicamentos anticoagulantes. Isso porque eles ajudam a evitar a formação de novos coágulos e a reduzir o risco de crescimento dos coágulos já existentes. Em alguns casos, também podem ser usados medicamentos trombolíticos para dissolver esse coágulo. “Para tromboses graves, cirurgias como a trombectomia, que é a remoção do coágulo, às vezes pode ser necessário. Além disso, o paciente pode precisar de um acompanhamento para o controle dos fatores de risco”, finalizou Tatiana.