Comer pimenta três vezes por semana pode proteger coração e cérebro, aponta estudo
Pesquisa sugere que hábito pode reduzir risco de derrames e ajudar na prevenção do Alzheimer
Você sabia que a ardência da pimenta pode ir além do sabor picante e trazer benefícios para a saúde? Um estudo realizado pela Universidade Médica de Guangxi, na China, indica que incluir pimenta na dieta pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares e até ajudar a proteger o cérebro contra o declínio cognitivo.
Os pesquisadores entrevistaram mais de 50 mil adultos para entender o impacto do consumo de pimenta na saúde. Segundo os dados, quem consome pratos apimentados ao menos uma vez por semana tem 13% menos risco de sofrer um acidente vascular cerebral isquêmico, causado por coágulos nos vasos do cérebro. A redução do risco aumenta para quase 20% entre aqueles que ingerem pimenta pelo menos três vezes na semana, efeito que se estende a pessoas obesas — um grupo com maior vulnerabilidade a derrames.
A capsaicina, composto químico que confere a ardência à pimenta, é apontada como a responsável por esses benefícios. Além de acelerar o metabolismo em até 8%, favorecendo o gasto de energia e combatendo a obesidade, ela também ajuda na proteção contra doenças cardíacas.
Em outro estudo apresentado pela American Heart Association, pessoas que consumiam pimenta regularmente tinham 26% menos probabilidade de morrer de problemas cardíacos. Embora os resultados sejam promissores, os cientistas alertam que ainda é cedo para afirmar que a pimenta salva-vidas, já que outros fatores, como o tipo e a quantidade consumida, não foram detalhados.
Benefícios para o cérebro
A capsaicina também demonstrou potencial em estudos com camundongos para combater a inflamação cerebral, reduzindo o risco de formação de placas amiloides associadas ao Alzheimer. Essas placas são conhecidas por causar sintomas como perda de memória e alterações de humor. No entanto, os cientistas ressaltam que mais pesquisas são necessárias para confirmar esses efeitos em humanos.
Alívio para sintomas do dia a dia
Além dos benefícios para o coração e o cérebro, a capsaicina pode ser útil no dia a dia. Por estimular a liberação de muco, ela ajuda a aliviar congestões nasais, facilitando a respiração. Em alguns países, sprays nasais à base de capsaicina já são usados para tratar rinite não alérgica, causada por irritantes como fumaça ou poluição.
Embora a pimenta esteja longe de ser uma solução mágica para a saúde, seu consumo moderado pode trazer benefícios significativos.
Origem da Pimenta
Originária principalmente das Américas Central e do Sul, ela era utilizada pelos povos indígenas não só como tempero, mas também para fins medicinais. A substância que confere o sabor picante à maioria das pimentas é a capsaicina, enquanto a pimenta-do-reino utiliza a piperina, responsável por seu sabor distinto. Desde sua descoberta, a pimenta se tornou um dos itens mais valiosos em trocas comerciais ao longo da história, influenciando rotas de navegação e culinárias pelo mundo
No Brasil, algumas das variedades mais populares incluem:
Pimenta-dedo-de-moça: muito comum e versátil, é utilizada em molhos, conservas e pratos frescos. Sua ardência pode ser reduzida removendo as sementes e a casca.
Pimenta-de-bode: nativa do Brasil, destaca-se em conservas e no tempero de pratos como arroz e feijão.
Pimenta-cumari: bastante ardida, é popular no Norte, utilizada em molhos para feijoada e carnes.
Pimenta-caiena: famosa por seu uso em temperos e por propriedades que supostamente ajudam no metabolismo.
Pimenta-do-reino: amplamente usada em várias cozinhas, é colhida de diferentes formas para obter sabores como o preto, branco e verde
Pimenta-de-cheiro: amplamente reconhecida por seu aroma marcante e sabor suave, que adiciona um toque especial a diferentes preparações. Essa pimenta é bastante popular nas regiões Norte e Nordeste, onde é utilizada em pratos tradicionais, como caldeiradas, moquecas e vatapás.
Além dessas, o Brasil também consome variedades como pimenta-rosa (que, tecnicamente, não é uma pimenta) e jalapeño, ambas com sabores únicos e diferentes níveis de picância.
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