De acordo com um estudo publicado em agosto no Journal of Food Science, os vegetais brócolis, repolho, couve, couve-flor, couve-de-bruxelas, rúcula e agrião compõem o grupo dos crucíferos, eles possuem propriedades anticâncer. Pesquisadores chineses revisaram 22 meta-análises, que são avaliações detalhadas da literatura científica, e identificaram benefícios protetores contra tumores em órgãos como estômago, pulmão, mama e próstata.

A conexão entre crucíferos e a redução do risco de câncer não é novidade. Uma dieta rica em hortaliças, especialmente essas, oferece substâncias benéficas, como as fibras, que favorecem o trânsito intestinal e fortalecem a microbiota, fatores associados à proteção contra tumores.

Esses vegetais também contêm compostos sulfurosos, como os glucosinolatos, que no organismo se convertem em isotiocianatos, com destaque para o sulforafano, amplamente estudado por seu potencial anticâncer. Outro componente relevante é o indol-3-carbinol, também com ação protetora.

Além disso, os crucíferos são fontes de carotenoides, conhecidos pela ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. Contêm ainda vitaminas, como o ácido fólico, complexo B, e a vitamina C, além de minerais como potássio e magnésio. A interação entre esses nutrientes potencializa seus efeitos positivos.

Optar por vegetais orgânicos ou sazonais é uma boa ideia, já que possuem menor carga de defensivos agrícolas. Porém, é importante lembrar que a prevenção ao câncer também inclui hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos e controlar o estresse.

O que são crucíferos?

Esses vegetais pertencem à família Brassicaceae. Seu nome vem do arranjo das folhas, que formam uma cruz. A maioria tem origem europeia, mas há exceções, como a couve-flor, de origem asiática. Confira as características de alguns:

– Agrião: Rico em antioxidantes, como vitamina C e carotenoides. Seu sabor picante é perfeito para saladas e sanduíches.

– Brócolis: Disponível em duas variedades: ninja (cabeça única) e ramoso (caipira). Contém altos níveis de sulforafano. Para preservar seus nutrientes, o ideal é cozinhá-los no vapor.

– Couve-de-bruxelas: Pequena e rica em isotiocianatos, tem sabor levemente amargo por causa da sinigrina. Serve como acompanhamento de carnes, aves e massas.

– Couve-flor: Fonte de fibras que auxiliam o intestino. Vai bem gratinada, em sopas e cremes.

– Couve-manteiga: Tradicional na culinária mineira, é excelente refogada com alho ou em sucos verdes, que preservam sua vitamina C.

– Repolho: Disponível em variedades como o roxo, rico em antocianinas, e o branco, que contém flavonoides. Destaca-se no chucrute, um fermentado que favorece a microbiota.

– Rúcula: Levemente picante, é rica em luteína e zeaxantina, carotenoides que protegem contra danos oxidativos. É versátil, usada em pizzas, saladas e sanduíches.