De Goiânia para o mundo: a trajetória de Pedro Fernandez no audiovisual
Pedro Fernandez revela desafios e conquistas no exterior em entrevista ao Mandavê
No episódio mais recente do Podcast Mandavê, realizado pelo Grupo de Comunicação O Hoje, os apresentadores Isa Mississipi e Juan Alaesse receberam o filmmaker Pedro Fernandez, cuja jornada pelo audiovisual e pela vida é marcada por mudanças corajosas e experiências surpreendentes.
“Meu primeiro contato com a produção de mídia foi trabalhando morando fora, desde os 16 anos sou modelo e com 19 anos tive a oportunidade de viajar e conhecer o mundo, larguei faculdade, tranquei ela, fazia faculdade de educação física na universo”, relatou Pedro. Ele revelou que a paixão pelo audiovisual nasceu do skate: “O audiovisual veio através do skate, o skate trás esse background, você vai andando com o seu brother e vai filmando a linha de manobra do parceiro”.
Segundo ele, o início de sua empresa Rollê, se deu na Malásia. Durante uma temporada no país, ele começou a gravar e editar vídeos de forma intuitiva usando o Movie Maker.
Fernandez começou a se profissionalizar em 2012, quando percebeu o potencial do audiovisual nas viagens que fazia. Ainda assim, a carreira como modelo abriu as primeiras portas para ele no exterior. Seu primeiro contrato foi na China, em 2010.
“Deu tão certo que ao invés de ficar 6 meses, eu estendi meu contrato e ainda fiz trabalhos em Malásia e Singapura”. Ele revelou que chegou à China sem falar o idioma local ou inglês. “A gente tem que se jogar, se jogue na cultura, aprenda a falar o idioma local, aprenda a falar um pouco”, aconselhou.
Vida na Ásia
O filmaker passou 12 anos de sua vida passando na Ásia, sendo a maior parte do tempo na Tailândia e nas Filipinas. “É tudo muito diferente daqui, a qualidade de vida é muito boa”. Ele lembra que, na Tailândia, teve a oportunidade de dirigir fashion films para marcas indianas e paquistanesas. “Eu era responsável pela direção da produção de mídia para essas marcas.”
Nas Filipinas, Pedro teve uma experiência inusitada: fez parte de uma boyband chamada Los Viajeiros. “A gente começou na TV e foi através da Agência”. Ele revelou ter feito um casting para ser assistente de palco em programas de televisão e ter sido chamado para fazer parte da equipe. “ Durante dois anos, ele participou de um programa exibido em horário nobre, comparando sua popularidade ao do Programa do Silvio Santos no Brasil.
No entanto, o sucesso veio com desafios. Segundo ele, o empresário disse que ele precisaria ser além de apenas assistente de palco, mas sim que iria precisar cantar ou dançar para entreter o público. “A gente teve que se dedicar, fazer aulas do idioma local que é o tagalo, aula de canto e aula de dança. (…). Foi uma das experiências mais loucas e tensas da minha vida”.
Além disso, ele revelou que sentia falta de sair nas Filipinas e não ser reconhecido, uma vez que segundo ele se tornou um símbolo sexual no país. “Os filipinos são muito carentes de ídolos. (…) A galera via a gente e pirava, era surreal.”, revelou o modelo.
Segundo ele, a televisão o transformou e fez ser quem ele é hoje, uma vez que após trabalhar lá ele se encantou pelo audiovisual. “Foi assim que eu fiquei fascinado por ver como as coisas acontecem, como por exemplo, posicionamento de luz, câmera, produção e pós produção.”
Dificuldades e recomeços no exterior
Além disso, Pedro Fernandez morou em Singapura para trabalhar como modelo e revelou ter pesado 68kg, atualmente ele tem 1.83 e pesa 79kg. “Eu estava passando mal mesmo e com muitos perrengues, é um local muito caro de se viver, um brócolis custa 11 dólares, eles não produzem nada lá, tudo importam. (..) Lá eu comi o pão que o diabo amassou.”
Apesar das dificuldades, Pedro Fernandez disse que precisava ter passado por esses momentos na Singapura, foram importantes para a construção dele enquanto pessoa.
Além disso, o modelo revelou que não se arrepende em nenhum momento das experiências que vivenciou no exterior, uma vez que conheceu a sua atual esposa fora do Brasil. Pedro encontrou sua atual esposa que é natural de Corumbá em um dia em um Pub promovido pela agência internacional em que eles trabalhavam. Na ocasião, Pedro disse ter se interessado pela mulher à primeira vista e que foi puxar assunto com ela. “Deu match e passou mais de 9 anos, hoje temos um bebê, a materialização do nosso amor..”
Filmmaker
Ele destacou que o senso crítico adquirido na moda foi essencial para sua transição ao audiovisual. “Quem faz moda, faz qualquer coisa.” De acordo sse olhar me ajudou muito como filmmaker.” Apesar de começar sem experiência técnica, Pedro aprendeu rapidamente. Ele lembra que, ao receber uma câmera pela primeira vez, dedicou-se a entender como utilizá-la, reforçando a importância de ir atrás dos sonhos.
‘Eu gosto de vídeos mais densos, documentários, uma coisa que você vai ter tempo de olhar, de contar histórias como backstage, mas é muito doido tudo isso.” Uma vez que hoje em dia a atenção das pessoas atualmente estão ansiosas e que estão com a atenção muito limitada. Dessa forma, o editor de vídeo teria poucos segundos para reter a pessoa assistindo a produção audiovisual, que seria essa uma das maiores dificuldades enquanto filmmaker.
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Segundo ele, é necessário se adequar com os desejos dos clientes e que por muitas vezes isso se tornou uma dificuldade para ele, uma vez que ele gostaria de expressar um lado mais artístico da profissão, mas que atualmente ele consegue lidar com os diferentes estilos de produção audiovisual . “Tem clientes que querem vídeo comercial e de venda e acabou.(…), tem cliente que vai pedir algo mais conceitual, tem cliente que vai pedir algo técnico.”
Uso de inteligência artificial
Pedro Fernandez afirma que hoje em dia as coisas estão mais práticas e que muitas vezes com a inteligência artificial já é possível otimizar trabalhos. Dessa forma, ele deixa como dica para quem deseja seguir na área. “Tenha um esqueleto do que você for produzir, seja qual for o seguimento.” Dessa forma, será possível aliar o trabalho realizado por humano com a inteligência artificial para a produção de audiovisual. “Hoje só não faz quem não quer, com a facilidade da inteligência artificial.”, afirma.
Volta ao Brasil e projetos futuros no país
Na pandemia, Pedro e sua esposa voltaram ao Brasil e iniciaram um projeto com a Redbull que incentivava a prática esportiva. “A gente fazia treinos por videoconferências para o público.”
“A previsão para 2025 são projetos ousados, estamos com projeto de programas de viagens, fazendo pitchs de apresentação para televisão local que é um programa de turismo dando ênfase mais no nosso estado, aventuras, parte gastronômica e experiências. (…) Eu sempre quis fazer algo com programas de viagem que eu gostasse de ver. “ Segundo ele, seria um formato de programa mais dinâmico e interativo, os apresentadores seriam Pedro Fernandez e sua esposa Poli.
“No nosso estado, ele é tão fascinante que de 12 bacias hidrográficas brasileiras, 8 são do nosso estado [Goiás], então temos muita coisa para falar.” Dessa forma, o filmmaker se propõe a ir além dos pontos turísticos mais conhecidos e populares para desbravar cenários surpreendentes que podem ser desconhecidos para boa parte da população.
Quanto à empresa Rollê, ele revela já ter parceiros fixos de contratos de muitos anos. “Temos operação aqui no estado, na Bahia, no Sul, em São Paulo e o nosso projeto é de expansão para atingir mais pessoas para aumentar a escala.”