Os impactos de ouvir música para a sua saúde
A música não apenas alivia sintomas de estresse e depressão, mas também promove melhorias no funcionamento global do indivíduo
Desde a antiguidade, a música é reconhecida por seu impacto no bem-estar humano. Estudos científicos recentes reforçam sua relevância como ferramenta terapêutica, destacando como ela alivia o estresse e contribui no tratamento de condições como a depressão, atuando tanto no cérebro quanto no corpo.
A música possui a capacidade de alterar padrões cerebrais, influenciando diretamente o sistema límbico, região ligada às emoções. Quando ouvimos uma melodia que nos agrada, ocorre a liberação de dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e à motivação. Paralelamente, a redução do cortisol — hormônio do estresse — ajuda a promover relaxamento e equilíbrio emocional.
Um exemplo prático é o efeito calmante de músicas de ritmo lento, que regulam os batimentos cardíacos e a pressão arterial. Um estudo realizado pela Universidade de Stanford demonstrou que ouvir música instrumental, especialmente em tons graves e suaves, melhora significativamente os níveis de concentração e alivia a tensão acumulada após períodos de estresse.
A musicoterapia é uma prática estruturada que utiliza sons e melodias para fins terapêuticos. Sua eficácia foi confirmada em revisões sistemáticas, como uma realizada pela Cochrane, que indicou melhorias significativas nos sintomas depressivos quando combinada ao tratamento convencional.
Os benefícios incluem a facilitação da expressão de emoções reprimidas, algo frequentemente observado em pacientes depressivos. Participar de atividades musicais, como tocar um instrumento ou cantar, também promove sensação de pertencimento e reforça conexões interpessoais. Essa interação social reduz a solidão, fator comum entre pessoas que enfrentam depressão.
Além dos efeitos diretos nos transtornos emocionais, a música favorece o fortalecimento da resiliência psicológica. Em contextos sociais, ouvir música em grupo ou participar de corais eleva o senso de cooperação e propósito. Um estudo da Harvard Medical School apontou que pacientes com depressão em estágios iniciais que frequentavam sessões semanais de musicoterapia apresentaram maior estabilidade emocional e uma redução considerável no uso de medicamentos antidepressivos.
A música também influencia positivamente o sono, que é muitas vezes prejudicado em pessoas que enfrentam estresse crônico ou depressão. Sons suaves ou playlists criadas com músicas relaxantes ajudam a criar uma rotina mais tranquila antes de dormir, promovendo um ciclo de sono mais reparador.
O uso da música vai além do alívio emocional. Em tratamentos cognitivos, ela é usada para melhorar a memória e a atenção. Estudos mostram que ouvir melodias específicas pode ativar áreas cerebrais ligadas à aprendizagem e ao raciocínio, sendo um recurso valioso no acompanhamento de pacientes com depressão e outros transtornos mentais.
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Por exemplo, um experimento realizado na Universidade de Cambridge revelou que músicas clássicas, como as de Mozart e Bach, estimulam a atividade cerebral em regiões relacionadas ao processamento emocional e à criatividade. Essa estimulação é particularmente eficaz em pessoas que enfrentam períodos de baixa motivação.
Existem formas simples e práticas de incluir os benefícios da música na rotina. Criar playlists personalizadas pode ser uma ótima maneira de começar. Músicas animadas são úteis para momentos em que é necessário aumentar a energia, enquanto canções suaves favorecem o relaxamento ou a meditação.
Outra sugestão é explorar aulas de música ou ingressar em grupos comunitários, como corais, que combinam os benefícios emocionais com os sociais. Para quem busca um efeito mais direcionado, a consulta com um musicoterapeuta pode potencializar os resultados.
A música não apenas alivia sintomas de estresse e depressão, mas também promove melhorias no funcionamento global do indivíduo. Como terapia complementar, ela tem o potencial de transformar vidas, trazendo equilíbrio emocional e qualidade de vida. Seja como trilha sonora de momentos cotidianos ou parte de um tratamento estruturado, sua contribuição é inegável.