Na manhã da última sexta-feira, 6, jornalistas do grupo O HOJE foram ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira para um bate-papo com o governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Por lá, Wilson Silvestre e Felipe Cardoso entrevistaram o chefe do Executivo estadual, que tratou sobre sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, a crise na saúde de Goiânia, sua relação com os prefeitos eleitos do Estado e sobre os feitos de sua gestão frente ao governo de Goiás. 

Na entrevista, disponível na íntegra no Youtube do grupo O Hoje, Caiado falou sobre postular como pré-candidato à presidência da República e os rumores de uma possível ida de Pablo Marçal ao União Brasil – o que poderia atrapalhar os planos do governador. Para isso, o presidente estadual do União Brasil foi firme na resposta. “Isso é uma decisão já tomada. Todo mundo já sabe, vocês já ouviram isso do presidente do meu partido, Antônio Rueda, do vice-presidente, ACM Neto, você já ouviu isso da maioria do executivo. Eu serei o pré-candidato do partido, essa é uma realidade”. 

Caiado garantiu que é de conhecimento da legenda que o lançamento de sua pré-candidatura irá acontecer em Salvador, junto a Bruno Reis (União Brasil), prefeito da capital baiana. “Quero ter a chance de voltar ao debate nacional, que comecei em 1989 e quero estar em 2026, quase 40 anos depois”, disse o governador, que tem cumprido uma agenda nacional ao redor do país – e deve intensificar os compromissos a partir do próximo ano. 

A respeito de sua relação com os prefeitos, Caiado se autointitulou como “governador municipalista”, afirmando que não irá segmentar os prefeitos eleitos por proximidade e que estará aberto aos gestores dos 246 municípios goianos. “Não vou fazer uma seleção de A ou de B, tenho que ter um tratamento que seja, em primeiro lugar, identificando as emergências, e ali sim, focando as prioridades. Não deixei de atender nenhuma das regiões”, constatou Caiado, que garantiu que assegurou melhoria para as cidades junto aos prefeitos. “São oito hospitais [estaduais] instalados em Goiás, que não tinha nenhum de média e alta complexidade. São seis policlínicas e indo para sete, e não tinha nenhuma no interior”, contou o gestor estadual.  

Leia mais: A briga silenciosa entre o Governo Lula e mercado financeiro

Saúde

O governador também tratou da crise sanitária em Goiânia, que resultou no colapso da saúde da capital. Caiado afirmou que vê com “muita tristeza” a situação da saúde pública municipal, porém não é nenhuma novidade. “Isso já estava sendo anunciado há muito tempo. […] O problema todo é que a responsabilidade é muito grande quando se trata de vida, os órgãos controladores precisam atuar com mais rigidez em relação a isso. Com a eleição do Sandro Mabel, meu secretário e mais 40 servidores estão junto com a estrutura do município e instalaram gabinete de crise em 13 unidades em Goiânia”, ressaltou o político, que garantiu que as demandas para leitos de UTI foram zeradas. 

Médico de formação, Caiado fala com entusiasmo do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás, conhecido como Hospital do Câncer Cora, projeto lançado pela gestão do governador e – sendo construído na BR-153 na saída para Anápolis com 50% das obras prontas – está previsto para ser inaugurado em março de 2026. O governador exaltou os hospitais construídos no interior, como em Itumbiara, Luziânia, Formosa, Águas Lindas, Uruaçu, Trindade, São Luís de Montes Belos e Jataí. Porém, tratou de ressaltar que, de fato, o Cora “brilha os olhos”.

“Por que brilha os olhos? Imagina você ter hoje uma estatística de mais de 14 mil crianças que morrem sem ter acesso a um tratamento de câncer, e de repente você vai ver um hospital que vai atender pelo SUS, e que vamos complementar o orçamento, para que ele cumpra o protocolo de tratamento de câncer infantil mais sofisticado do mundo, que existe no hospital Johns Hopkins”, contou orgulhoso o governador. “Não é apenas um hospital, é aquilo que existe de mais sofisticado e tecnológico”, completou. 

Gestão

Questionado sobre as pesquisas que o apontam como o governador mais bem avaliado do país, Caiado atribui o respaldo recebido pelo eleitorado a sua gestão, que trabalha na superação de metas, sempre “respeitando o dinheiro público”. “Goiás assumiu uma posição, nos últimos seis anos, de sempre superar metas com respeito ao dinheiro público, com um secretariado qualificado, e com isso trouxemos o equilíbrio fiscal para o Estado – o que ninguém acreditava. O estado não tinha crédito algum, só era noticiado nacionalmente por escândalos de corrupção. Resgatar isso foi, talvez, a maior vitória que nós obtivemos”.

O governador argumenta que os objetivos foram alcançados progressivamente. “Nada acontece do dia para a noite”, explica. Caiado afirma que foi preciso priorizar alguns pontos, como “resgatar o equilíbrio fiscal, cumprir os compromissos, pagar e renegociar as dívidas no Regime de Recuperação Fiscal (RRF)” e a partir disso, foi possível ver a pujança do Estado. (Especial para O Hoje)