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terça-feira, 28 de janeiro de 2025
Qualificação técnica

Analfabeta vence licitação e representa município de Goiás; MP apura fraudes em Nerópolis

O MPGO segue aprofundando as investigações para identificar todos os envolvidos e garantir a devolução dos recursos desviados

Postado em 28 de janeiro de 2025 por Herbert Alencar
Foto Nerópolis

O Ministério Público de Goiás (MPGO), em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), deflagrou nesta terça-feira (28/1) a Operação Abstersio. O objetivo é desarticular uma organização criminosa que atua na Secretaria Municipal de Saúde de Nerópolis desde 2017. O esquema envolve fraudes em licitações, nepotismo e desvios de recursos públicos.

Entre os casos investigados, um chama atenção pela gravidade: uma mulher analfabeta venceu licitação para representar o município em questões de saúde, incluindo a Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa e a realização de treinamentos para cuidadores de pacientes acamados. Segundo o MPGO, há indícios de que os serviços contratados sequer foram executados.

A investigação revelou que os empresários contratados não possuíam qualificação técnica para os serviços. Muitos deles tinham vínculos familiares ou de amizade com uma servidora pública municipal apontada como líder do esquema. A suspeita é de que essas contratações eram feitas de forma direcionada, violando princípios básicos da administração pública.

Ações judiciais

A operação resultou na expedição de 22 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. As ações ocorreram em Nerópolis, Goiânia, Jataí e Brasília (DF). Além disso, foi determinado o bloqueio de bens no valor de até R$ 1,5 milhão, proporcional à participação de cada investigado no esquema.

Os crimes investigados incluem organização criminosa, fraude em licitações, peculato, falsidade ideológica e material, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro. As fraudes se concentravam principalmente em contratos voltados à saúde, como treinamentos, consultorias e palestras.

De acordo com o MPGO, o esquema não apenas desviava recursos, mas também comprometia a qualidade dos serviços públicos de saúde. “Estamos lidando com um caso de extrema gravidade, onde a população foi duplamente prejudicada: pelo desvio de dinheiro público e pela ausência de serviços essenciais que deveriam ter sido entregues”, afirmou um promotor envolvido na operação.

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