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terça-feira, 4 de março de 2025
1 bilhão de chamadas mensais

A epidemia das chamadas de telemarketing abusivo

Apesar das regulamentações, mais de 82 bilhões de ligações indesejadas são feitas anualmente no Brasil, deixando os cidadãos vulneráveis ao incômodo e até a golpes

Postado em 29 de janeiro de 2025 por Luana Avelar
A persistente onda de ligações indesejadas continua a perturbar a rotina dos brasileiros, apesar das regulamentações e ferramentas de bloqueio. Foto: Divulgação
A persistente onda de ligações indesejadas continua a perturbar a rotina dos brasileiros, apesar das regulamentações e ferramentas de bloqueio. Foto: Divulgação

O Brasil continua sendo um dos países mais afetados pelo problema das chamadas de telemarketing abusivo. Estima-se que mais de 82 bilhões de ligações indesejadas sejam realizadas anualmente, o que corresponde a mais de 1 bilhão de chamadas mensais. Esse cenário incomoda milhões de cidadãos, que constantemente enfrentam a invasão de sua privacidade por ofertas de produtos e serviços que não solicitaram, além de práticas comerciais que, muitas vezes, ultrapassam os limites do aceitável.

O telemarketing abusivo ocorre quando empresas fazem ligações em horários inadequados ou utilizam táticas agressivas para forçar o consumidor a adquirir produtos e serviços. Apesar das regulamentações implementadas ao longo dos anos, como a criação de listas de bloqueio de chamadas e a proibição de abordagens em horários inconvenientes, a prática continua disseminada, prejudicando a experiência do usuário. Em um cenário onde a tecnologia tem avançado para facilitar a vida das pessoas, o telemarketing continua a ser uma das formas de contato mais invasivas.

Para lidar com o problema, órgãos como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) implementaram mecanismos como o “Não me Perturbe”, que permite ao consumidor se cadastrar para bloquear ligações de empresas de telecomunicações e prestadoras de serviços. No entanto, especialistas indicam que a adesão a essas ferramentas ainda é baixa, em parte devido à falta de informações sobre como utilizá-las corretamente e à resistência das empresas em adotar práticas mais transparentes e respeitosas com os consumidores.

Além disso, a situação se complica com a proliferação de golpes realizados por meio dessas ligações. As empresas de telemarketing abusivo, em sua maioria, não respeitam o código de defesa do consumidor e, muitas vezes, estão associadas a esquemas fraudulentos, onde informações pessoais dos indivíduos são extraídas para fins ilícitos. A crescente ameaça de fraudes financeiras, combinada com a irritação causada pelas constantes interrupções, tem gerado uma pressão sobre as autoridades para encontrar soluções mais eficazes e rápidas.

Com isso, a luta contra o telemarketing abusivo segue sendo um desafio para as autoridades brasileiras, que enfrentam uma tarefa complexa de equilibrar a liberdade das empresas de se comunicarem com seus clientes e a proteção dos consumidores. Enquanto isso, cidadãos seguem adotando medidas preventivas, como o bloqueio manual de números e o uso de aplicativos especializados, na tentativa de minimizar o incômodo diário das chamadas indesejadas.

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