Os benefícios dos animais de estimação no desenvolvimento das crianças
Psicóloga explica como a convivência com pets contribui para o desenvolvimento emocional, físico e social dos pequenos
Estudos recentes apontam que a convivência entre crianças e animais de estimação pode trazer uma série de benefícios para o desenvolvimento infantil. De acordo com a psicóloga e psicanalista infantil Amanda Souza, a relação de afeto entre os pets e as crianças começa a se formar já durante a gestação, quando os animais demonstram carinho pela gestante. Após o nascimento, esse vínculo tende a se fortalecer, proporcionando uma série de vantagens tanto para a saúde física quanto emocional dos pequenos.
Além de promover momentos de carinho e diversão, ter um pet pode ser um ótimo exercício para o desenvolvimento de habilidades importantes nas crianças. Amanda Souza destaca que, ao conviver com um animal, as crianças aprendem, desde cedo, noções de responsabilidade. “Com quatro anos, a criança já tem maturidade para assumir cuidados básicos com o pet, como dar água e comida, sempre com supervisão. À medida que crescem, vão assumindo novas responsabilidades, como passear com o animal ou ajudá-lo na higiene”, explica.
Essa dinâmica de responsabilidades gradativas contribui para o fortalecimento da autoestima da criança, ao mesmo tempo em que ela compreende melhor seu papel dentro da família. Aos nove anos, muitas crianças já possuem capacidade física e emocional para cuidar integralmente de seus animais de estimação, criando uma relação de profundo vínculo e confiança.
Para os filhos únicos, a presença de um pet pode ser ainda mais importante. Além de proporcionar companhia, os animais auxiliam na aquisição de novas habilidades e no desenvolvimento de empatia. A interação com o animal de estimação ensina à criança noções de cuidado e respeito, valores fundamentais para o seu crescimento.
Cuidados necessários
Embora os benefícios de ter um animal de estimação sejam evidentes, a escolha do pet certo para a criança exige atenção e cuidado. De acordo com Amanda Souza, o principal fator a ser considerado na escolha é a responsabilidade que a criança será capaz de assumir e o tipo de relação que ambos, criança e animal, irão estabelecer.
“Bebês muito novos ainda não têm noção de como cuidar de um pet, muito menos de como brincar com ele de forma segura. Porém, crianças a partir dos quatro anos já possuem uma maior compreensão sobre os limites da brincadeira e sabem quando estão machucando o animal. Além disso, conseguem realizar os cuidados básicos com o pet, como trocar a água e fornecer a alimentação”, ressalta a especialista.
Outro ponto importante é levar em consideração a vontade da criança na escolha do animal. A relação de afeto entre eles será muito mais forte se a criança se sentir motivada e feliz com o animal escolhido. “Se a criança deseja um cachorro e os pais optam por um gato, por exemplo, a interação entre os dois pode ser prejudicada. A escolha do pet deve ser feita com o envolvimento da criança, para que o vínculo se estabeleça de forma natural e harmoniosa”, alerta Amanda Souza.
Além disso, a questão das alergias também não pode ser negligenciada. Antes de decidir qual pet adotar, é essencial avaliar se a criança possui algum tipo de alergia a animais, para evitar que a relação seja interrompida abruptamente, o que pode gerar prejuízos emocionais.
Saúde física e mental
A convivência com animais de estimação também tem impactos positivos na saúde física e mental das crianças. Amanda Souza explica que a interação com o pet pode fortalecer o sistema imunológico das crianças, além de contribuir para a redução de sintomas de ansiedade, depressão e estresse. “Crianças que convivem com animais têm um sistema imune mais forte, o que pode diminuir a incidência de doenças. Além disso, a presença do pet pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar a combater a solidão e o isolamento social”, afirma.
Outra vantagem importante é o estímulo ao exercício físico. Crianças com animais, especialmente cães, têm maior propensão a se envolver em atividades ao ar livre, como caminhadas e brincadeiras no parque, o que ajuda a combater o sedentarismo e prevenir doenças como a obesidade infantil. Além disso, estudos mostram que a convivência com pets pode melhorar a qualidade de vida dos tutores, reduzindo níveis de estresse e até mesmo controlando a glicemia.
De forma geral, ter um pet pode ser uma experiência enriquecedora para as crianças, oferecendo não apenas afeto e companheirismo, mas também lições valiosas de responsabilidade, empatia e cuidados com o próximo. Contudo, é fundamental que os pais façam escolhas conscientes e responsáveis, levando em consideração tanto as necessidades do pet quanto as capacidades da criança. Com os devidos cuidados, a convivência entre criança e animal pode ser uma relação duradoura e saudável, trazendo benefícios para ambas as partes.