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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
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Currículo Lattes

A plataforma que revolucionou a pesquisa acadêmica no Brasil

Criado nos anos 1980 pelo CNPq, o sistema se tornou essencial para a ciência nacional e inspirou iniciativas internacionais

Postado em 31 de janeiro de 2025 por Luana Avelar
O nome da plataforma é uma homenagem a César Lattes, físico e matemático curitibano que se destacou mundialmente por suas contribuições à física. Foto: Divulgação
O nome da plataforma é uma homenagem a César Lattes, físico e matemático curitibano que se destacou mundialmente por suas contribuições à física. Foto: Divulgação

Todo ano, milhares de pesquisadores brasileiros registram suas produções acadêmicas na plataforma Lattes, considerada a principal ferramenta de catalogação científica do país. Criado nos anos 1980 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o sistema nasceu para facilitar a seleção de consultores e especialistas, tornando-se essencial para a produção e a análise estatística da pesquisa nacional.

Nos primeiros anos, o banco de currículos era composto por formulários preenchidos em papel e digitalizados manualmente. Com o avanço da tecnologia, o CNPq integrou o sistema à rede BITNET, um precursor da internet, permitindo buscas na base de dados, que já reunia cerca de 30 mil pesquisadores no final da década de 1980. Posteriormente, a adoção do sistema operacional Windows viabilizou a criação do Currículo Lattes padronizado, tornando o processo mais acessível e eficiente.

A plataforma rapidamente se consolidou como referência para universidades, institutos e centros de pesquisa. Em 2002, o CNPq lançou a versão em espanhol do Lattes, promovendo a padronização e a troca de informações entre diversos países. A iniciativa levou à adoção do sistema em nações da América Latina, como Colômbia, Equador, Chile, Peru e Argentina, além de Portugal e Moçambique, ampliando o impacto do modelo brasileiro no cenário internacional.

O nome da plataforma é uma homenagem a César Lattes, físico e matemático curitibano que se destacou mundialmente por suas contribuições à física. Formado pela Universidade de São Paulo (USP), ele realizou pesquisas na Inglaterra que resultaram na descoberta dos mésons, partículas subatômicas fundamentais para a compreensão da estrutura da matéria. Seu trabalho foi determinante para que seu chefe de laboratório, Cecil Powell, recebesse o Prêmio Nobel de Física em 1950.

Mesmo com o reconhecimento internacional, Lattes optou por retornar ao Brasil, onde ajudou a fundar o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e seguiu sua trajetória acadêmica. Seu compromisso com o desenvolvimento científico nacional reflete o propósito do Currículo Lattes, que segue como um dos principais instrumentos de valorização da pesquisa no país.

César Lattes faleceu em março de 2005, vítima de câncer na bexiga e edema pulmonar, mas seu legado permanece vivo na ciência brasileira. A plataforma que leva seu nome continua sendo indispensável para a visibilidade e o fortalecimento da produção científica, consolidando o Brasil no cenário acadêmico global.

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