“Ficamos pequenos por uma série de equívocos”, diz Marconi Perillo sobre PSDB
Ex-governador tem mantido conversas com tucanos a fim de encontrar o melhor caminho para a sobrevivência política da sigla. Decisão pode ser tomada em março
![Marconi Perillo Foto Reprodução](https://ohoje.com/wp-content/uploads/2025/02/Marconi-Perillo-Foto-Reproducao.jpg)
O PSDB está passando por um momento de redefinição e busca por novas alianças políticas. Desde o resultado das eleições de 2022, o partido tem buscado fortalecer sua posição no cenário político brasileiro, que tem sido dominado pela polarização entre o PT e o PL.
Uma das estratégias do PSDB é buscar uma fusão com outros partidos, como PSD e MDB. Essa aliança visa criar uma alternativa ao atual bipolarismo político e atrair eleitores que não se identificam com os extremos da esquerda ou da direita.
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, tem liderado as negociações com outros partidos. Perillo acredita que o PSDB pode ser uma alternativa viável ao governo e que a fusão com outros partidos pode fortalecer sua posição no cenário político.
Em entrevista ao Estúdio I da GloboNews, na última terça-feira, 11, o tucano destacou: “Estamos conversando muito nesses últimos três meses, depois das eleições de 2024, com vários atores e vários partidos. Mas, especialmente, internamente”.
Segundo ele, o PSDB tem uma história, um legado no Brasil, não só pelo “grande governo do FHC, plano real e outras conquistas”, mas também pelo que foi feito em vários estados. “Governamos 18 deles. Tivemos e temos bancadas muito qualificadas na Câmara e no Senado. Temos ex-presidentes, fundadores, líderes que precisam ser ouvidos e consultados permanentemente”.
O tucano disse que tem exercitado o papel de conversar com todos para definir o que será melhor para o país. “Não só para nós. Não abrimos mão de discutir um projeto de País. Um projeto econômico e social. O PSDB sempre teve compromisso com programas sociais e foi pioneiro nisso”.
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E acrescentou: “Temos conversado também sobre o que é melhor do ponto de vista de fusão ou incorporação. Para muitos, o ideal seria a gente continuar solo, mantendo as nossas bandeiras, nosso ideário, nosso programa. Mas a gente ficou pequeno por conta de uma série de equívocos ocorridos em tempos anteriores e também pela longevidade”.
O ex-governador de Goiás disse que atualmente algumas lideranças importantes defendem uma fusão. “Eu diria que boa parte do partido não quer incorporação. Se fizermos uma fusão, podemos discutir um novo projeto ao centro democrático, saindo um pouco dessa polarização entre extrema esquerda e extrema direita. Temos um calendário de discussões internas nesse mês e no mês de março para que possamos tomar uma decisão”, encerrou.
No entanto, a fusão do PSDB com outros partidos, todos sabem, não é uma tarefa fácil. O partido tem uma história e uma identidade próprias, e alguns de seus membros podem manter resistência à ideia de fusão. Apesar dos desafios, o PSDB parece determinado a buscar uma nova direção e a fortalecer sua posição no cenário político brasileiro.
Principal nome
Recentemente, o Jornal O HOJE conversou com o ex-deputado federal Vilmar Rocha, que é membro da Executiva Nacional do PSD e diretor da Fundação Espaço Democrático do partido. Segundo ele, o início das conversas sobre a fusão se deram em São Paulo. “É público e notório que o PSDB procura um caminho, uma reestruturação. Mas não é o que está acontecendo com o PSD. O PSD conversa e pode até avançar, mas no momento não tem nada”, garante Vilmar.
Via alternativa
A alta cúpula do MDB também têm mantido contato constante com lideranças tucanas. O objetivo da possível fusão entre MDB e PSDB passa pela criação de um bloco político robusto, capaz de competir com o PSD, que hoje é o partido com maior número de prefeitos no Brasil.
Para Baleia Rossi, a história do PSDB, que surgiu como uma dissidência do MDB, é um ponto a favor da possível fusão. “Não é um movimento isolado de um presidente, mas um diálogo amplo de várias lideranças do partido”, destacou.