Política de Trump paralisa pesquisa de Chagas no Brasil
Falta de financiamento extrangeiro paralisa pesquisa da USP para o combate da chagas
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Um projeto de pesquisa da USP que almeja apurar a doença de Chagas no Brasil está paralisado após as mudanças de Trump sobre o financiamento extrageiro. O programa é liderado pela professora Ester Sabino, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, em inglês). O principal objetivo do projeto é a avaliação da eficácia do medicamento benzonidazol no tratamento precoce da doença.
Segundo o acordo, a diretoria da pesquisa iria receber um montante de US$ 400 mil por ano entre 2022 e 2026 para realizar a pesquisa. Além da USP, outras três universidades mineiras também são inscritas no projeto. A pesquisadora chefe do programa afirma que está desamparada em relação ao financiamento acadêmico. “Como é que eu vou continuar o estudo sem saber se vou ter dinheiro para pagar as contas?” A informação é do Jornal da USP, que apurou junto com o grupo.
Além da pesquisa clínica, a apuração segue com o acompanhamento de 1.400 pacientes com Chagas, que envolvem coletas de sangue e a realização de eletrocardiogramas para avaliar a evolução do tratamento e possibilitar a identificação de fatores que influenciam a sua eficácia. Metade desses pacientes já foi recrutada. “Esses estudos são únicos no mundo”, destaca Sabino. “Então, realmente, para essa doença que já é tão pouco estudada, o impacto (da paralisação) é grande.”