Na última quinta-feira (13) o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) ofereceu uma denúncia contra o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, acusado de abusar sexualmente de uma adolescente de 17 anos durante uma consulta para tratar dores no estômago. O crime ocorreu no dia 6 de março de 2023, e teria sido praticado no consultório do Hospital Ruy Azeredo, em Goiânia.

De acordo com a denúncia, o médico teria usado o pretexto de realizar exames para tocar as partes íntimas da paciente. A jovem, que foi à consulta acompanhada da mãe, relatava fortes dores estomacais. O cirurgião gástrico solicitou exames como endoscopia e ultrassonografia endovaginal. Após os resultados, afirmou que a endoscopia estava normal, mas que o ultrassom indicava que “útero invertido”.

Com isso o médico justificou que seria necessário realizar um procedimento no consultório. Ele pediu que a adolescente retirasse a blusa, abaixasse a calça e se deitasse na maca. Na posição em que foi colocada, a jovem não conseguia visualizar as ações do médico, impossibilitando sua resistência.

Durante o ato, o denunciado teria acariciado os seios da paciente, alegando estar ensinando como fazer o autoexame das mamas. Em seguida, sob o pretexto de “colocar o útero no lugar”, colocou luvas e introduziu os dedos nas partes íntimas da adolescente. A situação foi interrompida quando a jovem relatou dores e a mãe interveio, pedindo que o médico parasse. Nesse momento, o profissional afirmou que o “útero já estava na posição correta”.

Ainda no texto da denúncia, o médico teria oferecido realizar o mesmo procedimento na mãe da vítima, sugerindo que isso “a faria sentir-se melhor como mulher”.

Após o ocorrido, a adolescente consultou um ginecologista, que desmentiu a necessidade e eficácia do procedimento realizado pelo médico, ressaltando que a prática não possui respaldo técnico. O MPGO apresentou a denúncia e busca responsabilizar Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, que já é alvo de outras denúncias de abuso ou assédio durante suas consultas. Além de ser um condenado por homicídio triplamente qualificado.

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