Governo Lula teme resistência da oposição para aprovar PEC da Segurança
Bancada bolsonarista, que comanda comissões de segurança, pode alterar texto da proposta e dificultar avanço da medida, temem ministros

O governo federal está preocupado com a possibilidade de a oposição desvirtuar o texto da PEC da Segurança, uma das apostas da gestão petista, que será encaminhada ao Congresso Nacional em abril.
Ministros temem que parlamentares bolsonaristas transformem a proposta em um “monstrengo”, desidratando seu conteúdo original e incluindo bandeiras da direita. A avaliação é compartilhada por deputados da oposição, como Filipe Barros (PL-PR), que afirmou: “O governo terá muita dificuldade em aprovar essa PEC. Além da comissão de segurança estar conosco, muitos governadores são contra a PEC e vão influenciar suas bancadas”.
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Um dos entraves apontados pelo governo é a presidência de comissões estratégicas por parlamentares alinhados ao bolsonarismo. Na Câmara, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado é comandada por Paulo Bilynskyj (PL-SP), crítico da proposta do Ministério da Justiça. No Senado, o colegiado é presidido por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também contrário ao texto.
Apesar de a PEC não precisar passar por essas comissões, a influência política dos presidentes pode impactar a tramitação. Bilynskyj, no entanto, afirmou que está aberto ao diálogo e que sabe separar suas funções como deputado de oposição e presidente da comissão.
O deputado do PL sinalizou que não criará oposição apenas por ser contrário ao governo Lula, mas criticou o texto da PEC, classificando-o como “muito ruim” e “chover no molhado”. Ele destacou que o empoderamento de guardas municipais, previsto na proposta, é uma demanda antiga da direita, mas avaliou que a PEC prejudica a autonomia dos estados.