O roteirista e autor Walter George Durst continuou escrevendo até os últimos dias de vida. Vítima de um câncer na medula, o autor morre em 24 de agosto de 1997, aos 75 anos. Mesmo debilitado, ele insistiu em terminar o remake da novela Os Ossos do Barão, produzida e exibida pelo SBT naquele ano. A obra foi concluída antes de sua morte e teve todos os episódios gravados com antecedência.

O filho do autor, Marcelo Walter Durst, revelou à Folha de S. Paulo que o pai teve conhecimento do câncer apenas meses antes do falecimento. Ele vinha se sentindo fraco, mas os primeiros exames médicos não apontaram a gravidade da doença. Mesmo assim, decidiu seguir com o projeto até o fim. O desejo de concluir a novela motivou o pedido para que os médicos o mantivessem vivo, mesmo com o avanço do câncer.

Autor enfrentava quadro avançado de câncer

Durst foi diagnosticado com câncer na medula em 1997, ano de sua morte. O diagnóstico veio após uma série de exames solicitados devido à fraqueza constante. Segundo familiares, ele continuou trabalhando mesmo com os sintomas. Durante esse período, finalizou todos os roteiros da novela que estava em exibição.

Ele permaneceu internado nos últimos dias, mas manteve o compromisso com o cronograma da produção. Seu filho afirmou que, mesmo sem forças, ele não cogitou interromper o trabalho. A decisão de seguir escrevendo até o fim partiu do próprio autor, que solicitou o suporte médico necessário para isso.

“Os Ossos do Barão” foi exibida após conclusão total

A novela Os Ossos do Barão estreou no SBT em 1997. A trama era um remake da obra originalmente exibida pela TV Globo em 1973. Na versão produzida pelo SBT, o elenco contou com nomes como Tarcísio Filho, Ana Paula Arósio e Othon Bastos.

Embora o autor tenha falecido antes do término da exibição da novela, todos os capítulos já estavam escritos. Com isso, a produção pôde seguir normalmente. As gravações foram concluídas a partir dos roteiros entregues por Durst ainda em vida.

A dedicação do autor garantiu a exibição integral da novela sem a necessidade de adaptações posteriores. O trabalho foi encerrado com fidelidade ao projeto original, mesmo com a ausência do autor nas últimas semanas de vida.

Carreira de autor inclui obras na Globo e no SBT

Walter George Durst teve uma carreira extensa na televisão brasileira. Além do trabalho no SBT, ficou conhecido por obras escritas para a Rede Globo, incluindo Gabriela, exibida originalmente em 1975. A novela foi baseada no romance de Jorge Amado e se tornou uma das produções de maior repercussão da emissora.

O autor também participou de adaptações e criações para o teatro e o cinema. Seu estilo se destacou pela fidelidade aos textos originais e pelo envolvimento direto com o elenco e a equipe de produção.

Durante a década de 1970 e 1980, colaborou com projetos que marcaram a teledramaturgia nacional. Com o passar dos anos, dividiu-se entre emissoras, mantendo a produção de roteiros e adaptações até o final da vida.

Pedido final foi respeitado pela equipe médica

O filho do autor relatou que, mesmo fragilizado, Durst insistia em revisar os roteiros e entregar os capítulos conforme os prazos definidos. Ele recebeu acompanhamento médico contínuo e, segundo a família, pediu para que os profissionais o ajudassem a se manter vivo até o término do trabalho.

O pedido foi respeitado e garantiu a conclusão do projeto. Após a morte do autor, o elenco e a equipe técnica seguiram com a exibição dos capítulos sem alterações no conteúdo. O compromisso com o projeto foi destacado por colegas da época, que reconheceram a dedicação de Durst à dramaturgia brasileira.

A novela Os Ossos do Barão permanece como a última obra assinada por Walter George Durst. O projeto encerrou uma carreira iniciada décadas antes, com passagens marcantes pela televisão e pelo teatro.

A trama foi exibida integralmente em 1997. Mesmo com a morte do autor durante o período de transmissão, a produção se manteve fiel ao conteúdo original. O legado do escritor permanece entre os marcos da teledramaturgia nacional.