No ritmo de Mabel, Comurg precisa de, ao menos, 67 anos para sanar dívida
Sandro Mabel (União Brasil) e a sua base dentro da Câmara Municipal têm adotado um discurso de que a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) sofre um “choque de gestão”. Segundo o vereador da situação, Thialu Guiotti (Avante), uma das mudanças mais expressivas é a redução drástica na quantidade de cargos comissionados, de 554 para 106, e apresentou alguns valores economizados. O Jornal O Hoje convidou o economista, Eurípides Júnior, para revisar esses números e a sua conclusão foi pessimista. A companhia precisa de, ao menos, 67 anos para sanar a dívida de R$ 2,3 bi – como divulgado pelo decreto de calamidade financeira.
Guiotti afirma que a economia estimada é de cerca de R$ 3 milhões mensais apenas com a contenção de despesas relacionadas aos comissionados, além de R$ 115 mil por mês com cortes em cargos de chefia – o que totaliza redução de R$ 1,4 milhão ao ano. “Isso representa um verdadeiro choque de gestão”, afirma. Ao todo, R$ 37 milhões por ano. Além disso, os dados apresentados recentemente indicam uma redução de R$ 42 milhões com a folha de pagamento nos três primeiros trimestres, que não necessariamente pode significar uma redução de longo prazo.
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Levando em consideração somente a economia contínua informada pelo vereador, a Comurg precisa de um pouco mais de um século para quitar a dívida. “Isso se essa dívida não for corrigida por juros e multas – ela permanecendo inalterada. Se colocar na conta os juros e multas, que eleva o saldo devedor ao longo do tempo, esse tempo pode ser bem maior”, diz o especialista.