Nesta quarta-feira, 23 de abril, o Brasil celebra o Dia Nacional da Educação para Surdos, uma data que reconhece a importância da inclusão educacional da comunidade surda e reforça a necessidade de políticas públicas eficazes para garantir o acesso à educação de qualidade.

A história da educação para surdos no país remonta ao século XIX, com a fundação do Imperial Instituto de Surdos-Mudos em 1857, no Rio de Janeiro, por iniciativa de Dom Pedro II. Atualmente conhecido como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), essa instituição foi pioneira no atendimento educacional de pessoas surdas no Brasil, introduzindo o ensino em Língua de Sinais. 

Um marco significativo na luta por direitos foi o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Essa legislação estabeleceu a Libras como a segunda língua oficial do país, permitindo que a comunidade surda se expressasse e se comunicasse de forma reconhecida e respeitada. 

Apesar dos avanços, a educação de surdos no Brasil ainda enfrenta desafios consideráveis. A falta de oferta de escolas adaptadas, a escassez de profissionais qualificados e a invisibilidade social são obstáculos que dificultam a plena inclusão. Estudos do IBGE indicam que cerca de 2,3 milhões de pessoas possuem algum grau de surdez, e dessas  apenas 1,8% sabe usar a Libras, e ainda apenas 7% possuem ensino superior, evidenciando a falta de acessibilidade nas escolas brasileiras.

Em 2021, um avanço importante foi a inserção da educação bilíngue na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), por meio da Lei nº 14.191, de 3 de agosto de 2021. Essa medida reforça a obrigatoriedade do ensino de Libras nas escolas e a formação de professores bilíngues, visando atender às necessidades específicas dos estudantes surdos.