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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Vínculo afetivo

Adolescentes pedem ajuda

Reflexão destaca importância do vínculo afetivo na adolescência

Luana Avelarpor Luana Avelar em 27 de abril de 2025
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A adolescência é um período marcado por intensas transformações emocionais, sociais e cognitivas. Em meio a tantos desafios, o fortalecimento do vínculo afetivo entre adultos e jovens é apontado como fundamental para prevenir crises silenciosas que muitas vezes se manifestam apenas quando já atingiram níveis críticos.

A psicóloga Michelle Cristina Norberto Martins, especialista em Psicologia Educacional e coordenadora de Orientação Educacional e da Educação Inclusiva do Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos colégios da Rede Positivo, chama a atenção para esse tema em seu artigo “Entre o silêncio e o grito: o que os adolescentes tentam nos dizer”.

Inspirada pela série Adolescência (Netflix), Michelle reflete sobre a distância emocional que pode existir mesmo em famílias aparentemente estruturadas. “A escola, a família, a presença constante das telas, o bullying, a violência e o desrespeito às regras são apenas a superfície de um problema mais profundo: o distanciamento afetivo entre adultos e adolescentes”, aponta.

Sinais silenciosos e a importância da escuta

A especialista destaca que o verdadeiro perigo mora no invisível: “nos silêncios prolongados, nas portas fechadas, no ‘está tudo bem’ que escondem tempestades.” Para Michelle, o vínculo afetivo e o diálogo não devem ser iniciados apenas na adolescência, mas cultivados desde os primeiros anos de vida, construindo uma base sólida de confiança.

“A presença dos adultos não pode ser apenas física, precisa ser emocional. É preciso escutar com o coração, sem interromper, sem minimizar, sem antecipar respostas. Observar mudanças sutis no comportamento pode ser o primeiro passo para oferecer ajuda antes que a dor se transforme em crise”, orienta.

O papel da família e da escola

Em sua experiência de atuação com escolas e famílias, Michelle observa que muitos conflitos poderiam ser evitados com mais diálogo e escuta ativa. “Ser referência para um adolescente exige esforço, paciência e, acima de tudo, disponibilidade genuína para estar presente — mesmo quando ele parece não querer isso.”

Ela também recomenda leituras que aprofundam a discussão sobre os impactos das tecnologias e das relações virtuais no desenvolvimento dos jovens: A Fábrica de Cretinos Digitais, do neurocientista Michel Desmurget, e O Adolescente e a Internet: Laços e Embaraços no Mundo Virtual, de Cláudia Prioste.

Construindo pontes de afeto

Michelle conclui que o objetivo não é apenas entender os adolescentes, mas construir, junto a eles, uma ponte de amor, cuidado e diálogo. “Não se trata apenas de entender os adolescentes, mas de construir, com eles, uma ponte em que o amor, o cuidado e o diálogo possam atravessar os abismos que o mundo moderno insiste em criar.”

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