Apoio nacional de Bruno Peixoto a Caiado é um balão furado
É inegável que o presidente da Alego, Bruno Peixoto (União Brasil) é um político esperto e ardiloso, mas, muita esperteza acaba por engolir o esperto. Explica-se: na disputa para a Prefeitura de Goiânia, foi preterido pelo grupo caiadista justamente por atropelar os ritos de negociação política. À época, Bruno contava com cinco partidos sobre sua influência: Agir, PRD, PMN, Avante e o mais importante deles, o PSB. Conseguiu emplacar a vice de Sandro Mabel (UB) pelo Avante, mas o PSB seguiu a trajetória da esquerda. O PRD ‘descolou’ e sinaliza outro rumo com o Solidariedade.
Por enquanto, Bruno segue com o Avante, legenda que ele ainda controla em Goiás. No entanto, o presidente nacional do partido, deputado federal, Luís Tibé (MG), está inclinado a apoiar a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não custa lembrar que, em 2022, Tibé retirou a candidatura de André Janones (MG) para apoiar Lula. Caso isso aconteça, Bruno Peixoto prestará pouca ajuda a Ronaldo Caiado em busca da presidência da República. Agora o deputado ‘vende’ a ideia que, como presidente do Colegiado das Assembleias Legislativas, cargo que assumiu recentemente, vai abrir portas políticas país afora para Caiado.
O seu entorno alardeia essa ideia, mas até o mais desatento cidadão sabe que, será uma influência próximo de zero, isto porque, alianças regionais são costuradas pelos caciques de cada partido. Não é o caso de Bruno, que terá papel mais de figurante do que protagonista.
Tudo que sobe desce
No sentido figurado, Bruno embarcou em um balão disposto a dar uma volta ao mundo político em curto espaço de tempo. Entretanto, tudo que sobe muito rápido, tende a descer na mesma velocidade. Assim como na física, a lei da gravidade também funciona na política. Bruno contava com cinco partidos e tende a chegar em 2026 apenas com o posto de soldado raso no União Brasil. A não ser que ele vire oposição à base caiadista, mas isto significa perder mais do que ganhar.
Invasão de bases
Não bastasse a perda de poder político, Bruno Peixoto erra nos cálculos de apoios à sua candidatura para deputado federal. Ao avançar sobre as bases dos deputados federais, ele desagradou muitos deles que, por enquanto, não abriram a boca publicamente, mas se continuar, prometem declarar guerra pelos votos.
Voto por cargo
Em troca de apoio eleitoral, Bruno Peixoto abrigou quase duas dezenas de ex-prefeitos e lideranças políticas com cargos na Alego, conforme denúncia, fartamente noticiada pela mídia. Até o ano que vem, todos vão continuar na folha da Alego e receber de braços abertos, o mecenas da política goiana, Bruno Peixoto. O problema será quando começar a campanha e os pedidos para recursos aos minguarem. O cargo na Alego não será suficiente para apoiar Bruno.
Recado numa frase
O vice-governador Daniel Vilela (MDB) delimitou o espaço político entre a gestão de Ronaldo Caiado (UB) e dos governos anteriores. “Em Goiás, a obra tem começo, meio e fim. Existe planejamento, seriedade e respeito com o cidadão”. Mesmo sem mencionar Marconi Perillo (PSDB), todos entenderam a quem foi endereçada.
Oeste esquecido
“A região Oeste de Goiás que vai de Trindade até Piranhas, saiu do radar do governador Ronaldo Caiado e seu vice, Daniel Vilela. Muitos prefeitos e lideranças que não estão em cargos eleitos, se queixam que o governo ‘esqueceu’ a região”, disse um deputado de oposição à coluna.