O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. Figura importante da esquerda latino-americana, Mujica enfrentava complicações de saúde nos últimos anos e vivia recluso em sua chácara em Rincón del Cerro, nos arredores de Montevidéu.

Em dezembro de 2023, concedeu sua última entrevista à CNN. Na ocasião, falou com naturalidade sobre a morte e revelou o desejo de ser cremado. Pediu que as cinzas fossem depositadas sob uma árvore sequoia, no mesmo local onde está enterrada sua cadela Manuela, que morreu em 2018.

A cadela, que perdeu uma das patas em um acidente com trator, era considerada sua companheira mais fiel. Em entrevista à BBC, em 2015, Mujica afirmou que Manuela foi “a integrante mais leal” que teve em seu governo. O animal viveu com ele por 22 anos e tornou-se parte da imagem pública do ex-presidente.

Além de Manuela, a propriedade rural abriga cães, gatos e galinhas. Mujica mantinha uma rotina austera, recusando símbolos de status mesmo durante o período em que ocupou a presidência.

Mujica foi presidente do Uruguai entre 2010 e 2015. Conhecido por sua vida austera, recusou luxos do cargo e doou boa parte do salário. Também ficou marcado pelo discurso progressista, pela defesa da democracia e pelos afetos inusitados, como o que nutria por Manuela, com quem agora finalmente se reencontra.