Ex-comandante do Exército classifica carta de oficiais como tentativa de ruptura institucional
General Marco Antônio Freire Gomes depõe ao STF sobre carta de militares da ativa após as eleições de 2022; ele nega ameaças a Bolsonaro e afirma que manifestações políticas violam a hierarquia militar
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (19/5), o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, afirmou que a carta assinada por oficiais da ativa da Força, divulgada após as eleições de 2022, foi uma “tentativa de ruptura institucional”. Ele considerou o documento “inaceitável” e “inconcebível” dentro da hierarquia militar, destacando que manifestações políticas por militares da ativa violam os princípios das Forças Armadas.
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Freire Gomes, que é uma das testemunhas de acusação no inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado após as eleições, relatou à Corte que foi pressionado a aderir ao plano, conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR). O ex-comandante também negou as alegações de que teria ameaçado prender o então presidente Jair Bolsonaro (PL) após ele sugerir um golpe para permanecer no poder, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O depoimento de Freire Gomes é parte do processo que investiga a tentativa de desestabilização do governo eleito, e outras 81 testemunhas ainda serão ouvidas pelo STF nas próximas semanas, o que pode aprofundar a análise do suposto envolvimento de militares em tentativas de interferir no resultado das eleições de 2022.