A cadela Panda, da raça pastor islandês, foi a grande vencedora da edição 2025 do Palm Dog, premiação paralela do Festival de Cannes dedicada às atuações caninas no cinema. O prêmio, uma bandana vermelha bordada com letras douradas, foi concedido pela atuação no longa “The Love That Remains” (“O Amor que Resta”), do diretor Hlynur Palmason, exibido fora da competição oficial.

Mesmo ausente da cerimônia, Panda apareceu em vídeo gravado, e o prêmio foi recebido por Lola, sua substituta simbólica. Segundo os organizadores, a cadela — que pertence ao próprio Palmason — foi escolhida por sua importância dramática no filme, em que acompanha uma família em momentos de crise e intimidade.

“A Panda é o coração do filme”, declarou Wendy Mitchell, jurada do Palm Dog, que destacou a sensibilidade da personagem canina nas cenas. A produção islandesa retrata as relações afetivas de uma família em um vilarejo isolado, e a presença do animal é descrita como central para o enredo.

Outros cães também foram premiados na tradicional cerimônia, realizada em uma tenda na Plage du Festival, às margens da Croisette. O Grande Prêmio do Júri ficou com Pipa, um Jack Russell, e Lupita, mistura de podenco, pelo trabalho no filme “Sirat”, do francês Oliver Laxe. Já o prêmio especial “Mutt Moment” foi para Hippo, uma dachshund, e um rottweiler por cena no filme “Pillion”, estrelado por Alexander Skarsgård.

O fundador da premiação, Toby Rose, defendeu a proposta com ironia. “Se premiamos atores humanos por sua presença em cena, por que não reconhecer a entrega dos cães? Eles também roubam a atenção quando a câmera os encontra”, afirmou.

Criado em 2001, o Palm Dog já premiou cães como Brandy, do filme “Era Uma Vez em… Hollywood”, e Messi, o border collie de “Anatomia de uma Queda”, que depois virou apresentador de TV na França.

O evento se tornou parte do calendário cultural de Cannes, combinando descontração e prestígio para os protagonistas de quatro patas da sétima arte.