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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Direitos Digitais

Edital destina R$ 948 mil para projetos de combate à violência de gênero on-line em todo o Brasil

Iniciativa do ELAS+ vai apoiar 15 organizações lideradas por mulheres cis, trans e pessoas de outras transidentidades que promovem cidadania digital inclusiva

Luana Avelarpor Luana Avelar em 25 de maio de 2025
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Em um momento de crescente violência de gênero no ambiente digital, o ELAS+ Doar Para Transformar lançou o edital “ELAS+ Cidadania Digital”, que vai destinar R$ 948 mil a projetos voltados à proteção e à promoção de espaços seguros na internet. A chamada pública, aberta até 30 de maio, selecionará 15 iniciativas lideradas por mulheres cis, trans e outras transidentidades, com atuação comprovada no enfrentamento a abusos digitais como ciberassédio, difamação e discurso de ódio.

Cada projeto poderá receber até R$ 60 mil em doações diretas. A proposta integra o Digital Democracy Initiative, um programa da Aliança de Fundos de Mulheres da América Latina e Caribe, da qual o ELAS+ faz parte, ao lado de organizações como o Fondo Semillas (México), FCAM (América Central), FAU-AL (América Latina e Caribe), Apthapi Jopueti (Bolívia) e Fondo Alquimia (Chile).

A chamada é aberta para organizações com ou sem CNPJ, desde que tenham pelo menos dois anos de atuação e liderança exercida por mulheres cis, trans ou outras identidades de gênero marginalizadas. As inscrições podem ser feitas pelo site do ELAS+.

“A violência digital é uma extensão das violências que as mulheres já enfrentam fora das telas. Nosso objetivo com esse edital é garantir que o direito à existência plena e segura também se aplique ao ambiente virtual”, afirma Savana Brito, diretora executiva do ELAS+. “É uma iniciativa para fortalecer a cidadania digital com justiça social, cuidado e protagonismo feminino”.

Segundo dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, o Brasil registrou mais de 74 mil crimes de ódio online em 2022 — o maior número desde 2017. O aumento é especialmente alarmante contra mulheres negras, LGBTQIAPN+ e periféricas, segmentos que lideram a mobilização por respostas institucionais mais efetivas.

O edital também responde a uma demanda regional por iniciativas interseccionais de enfrentamento às violências digitais, promovendo solidariedade e estratégias compartilhadas entre países latino-americanos. Os projetos selecionados deverão atuar na promoção de educação digital, segurança virtual e defesa de direitos humanos na internet, com impacto local e capacidade de articulação comunitária.

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