O IOF e a encenação para não agravar a imagem deteriorada de Lula
A encenação que ocorreu entre os governistas, após o anúncio da elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), pode ser elevada aos mais altos padrões de atuação do meio político. Nas redes sociais, as reações foram imediatas e avassaladoras, em questão de horas, o Planalto declarou que o decreto seria, em parte, revogado. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) teria alertado sobre a repercussão negativa, inclusive, dos agentes do mercado financeiro. Nos bastidores, o temor que pesou para a decisão, também, teria sido um possível ‘efeito Nikolas’.
No discurso oficial, a alíquota, que neste momento está em 0%, subiria para 3,5% e pesaria no empréstimo externo de curto prazo, nos cartões de crédito e débito internacionais, no cartão pré-pago internacional, na compra de moeda em espécie e na remessa de recurso ao exterior para investimento; compra de moeda em espécie. Aos lulistas, em suas versões ideológicas, seria mais uma ‘estocada’ do governo na classe média.
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No entanto, o efeito de mais um imposto – por mais “distante” que ele possa parecer –incorre em um aumento do custo geral. Nesse sentido, um setor expressivo da população brasileira, reagiu na velocidade das atuais dinâmicas de uma sociedade conectada: de forma instantânea. Com isso, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que nada tinha sido negociado com a instituição. Logo depois, Haddad veio a público para dizer que as mudanças não haviam sido amplamente discutidas com o presidente Lula, e, a decisão de recuar, foi tomada para evitar especulações.
Movimentaram-se para amenizar a medida e, ao mesmo tempo, culpar o ministro da Fazenda. Confirmando uma verdade pouco dita na política: o menor protege o maior.