Com 96% do território sob seca, Goiás é o 5º estado mais afetado do Brasil
Estado registra leve melhora na severidade da seca em abril, enquanto estiagem afeta mais de 55% do território nacional
Goiás permanece entre os estados brasileiros mais afetados pela seca em 2025, segundo dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). De acordo com o Monitor de Secas, atualizado entre março e abril, o estado ocupa a quinta posição nacional em área atingida, atrás apenas de Amazonas, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
No período analisado, a seca se manteve em aproximadamente 96% do território goiano, confirmando o cenário crítico para a agricultura e os recursos hídricos do estado. No entanto, houve um leve abrandamento na severidade do fenômeno: a área afetada pela seca moderada caiu de 75% para 69%, indicando uma melhora tímida com o aumento das chuvas em abril.
O impacto da estiagem é sentido especialmente no campo, onde as lavouras de soja e milho enfrentam riscos de redução de produtividade e até quebra de safra em áreas mais afetadas. A combinação de temperaturas elevadas e escassez hídrica requer planejamento e medidas preventivas, coordenadas pela Secretaria do Meio Ambiente e pela Saneago, que monitoram os dados hidrológicos para minimizar os danos futuros.
Panorama nacional da seca
A seca em 2025 tem se espalhado por mais da metade do território brasileiro, com uma área total de 4,67 milhões de km² afetada em abril — o equivalente a 55% do país. Este número representa uma queda em relação a março, quando a estiagem atingia 6,36 milhões de km², mostrando que houve redução significativa da área sob seca no último mês.
Apesar dessa melhora geral, o cenário regional é bastante heterogêneo. O Nordeste permanece como a região mais castigada, com 29% do seu território sob seca grave. Entre março e abril, 12 estados registraram intensificação da seca, incluindo Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe.
Em contrapartida, sete estados apresentaram abrandamento do fenômeno: Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Quatro estados mantiveram estabilidade na severidade da seca — Acre, Distrito Federal, Espírito Santo e Santa Catarina — enquanto o Pará seguiu livre de seca. Rondônia e Roraima conseguiram sair do fenômeno graças às chuvas acima da média, ao passo que no Amapá a seca voltou a ser registrada em abril.
O Monitor de Secas revela ainda que oito unidades da federação tiveram 100% do território afetado pela seca em abril, entre elas Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Nos demais estados com registro de estiagem, os percentuais variam entre 27% e 96%.
As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram um abrandamento da seca, com diminuição da área afetada, enquanto no Nordeste, Sudeste e Sul o fenômeno se intensificou. No Sul, a estiagem permaneceu estável, ainda presente em 90% do território.
Desafios e perspectivas
A seca em Goiás e em outras partes do país evidencia a necessidade urgente de políticas públicas que visem o manejo eficiente dos recursos hídricos, a adaptação do setor agrícola às condições climáticas extremas e o fortalecimento da infraestrutura para garantir o abastecimento das populações urbanas e rurais.
A recuperação parcial observada em abril, embora positiva, não diminui a gravidade do fenômeno, que exige monitoramento contínuo e ações articuladas entre governos estaduais e federal. O agravamento da seca no Nordeste e a persistência em regiões estratégicas para a produção agrícola reforçam a importância do investimento em tecnologias de irrigação, sistemas de alerta e programas de conscientização.
O cenário, cada vez mais desafiador diante das mudanças climáticas globais, pede respostas rápidas e integradas para mitigar os efeitos da estiagem, proteger o meio ambiente e garantir a segurança alimentar no país.