Rueda diz que União terá nome na chapa presidencial, não necessariamente cabeça
“Na centro-direita temos Romeu Zema, Caiado, Bolsonaro, Ciro Nogueira”, declarou
O presidente do União Brasil, Antônio Rueda diz que a federação – que inclui o PP – terá um nome na chapa presidencial, mas não necessariamente o cabeça de chapa. O discurso deixa claro que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) não está garantido na corrida pelo Palácio do Planalto, apesar de já ser pré-candidato.
Durante almoço com empresários na última semana, Rueda, cujo partido ocupa o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com três ministérios, disse que a federação União Brasil-PP não vai abrir mão de estar na chapa para presidente, seja como titular ou vice. Ele ainda criticou o petista, que classificou como “cansado” e “analógico”.
“Na esquerda temos um jogador titular, que é o Lula. Está cansado, tem um perfil mais analógico. Na centro-direita temos Romeu Zema, Caiado, Bolsonaro, Ciro Nogueira , enfim”, declarou.
Como já mencionado pelo Jornal O HOJE, o governador Ronaldo Caiado articula para ganhar visibilidade. Sobretudo diante de outros nomes da direita, como dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG). Todos esses nomes buscam o eleitor bolsonarista. E, com exceção do chefe do Executivo, os players citados já estão em segundo mandato.
Destaca-se, Caiado enfrenta resistências dentro do próprio partido. Além da ala que incentiva a candidatura dele, existem aquelas que querem caminhar com um nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outra que defende a manutenção da aliança com Lula – a dos ministros, principalmente.
Dentro dessa nova federação, também, o governador precisaria mostrar um crescimento que chegue aos dois dígitos de intenção de votos em pesquisas eleitorais até o primeiro semestre do ano que vem. Na eleição de 2022, no primeiro turno, ninguém além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiram chegar aos dois dígitos.
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Sim, era um cenário polarizado. Mas se Tarcísio – favorito da direita e do mercado – assumir a sucessão de Bolsonaro, a polarização com Lula, que tende a disputar a reeleição, pode se repetir. O desejo do governador de Goiás, contudo, é concorrer de qualquer forma.
Um bom sinal para Caiado
O governador Tarcísio de Freitas já disse a aliados, conforme apurado pela imprensa nacional, que não irá se desincompatibilizar em abril do próximo ano para concorrer à presidência. A ideia dele é disputar a reeleição e manter o controle dos próximos passos.
Tarcísio até gostaria de concorrer ao Planalto, mas precisa de sinais claros e garantias de Bolsonaro para entrar na corrida eleitoral. O comportamento errático do ex-presidente não dá essa segurança.
O ex-presidente, que já está inelegível até 2030, será julgado por suposta tentativa de golpe de Estado. Mesmo assim, ele mantém a pré-candidatura, a fim de permanecer relevante. Como Lula em 2018 (que só indicou Fernando Haddad nas convenções), o ex-chefe do Executivo pode insistir até o último momento.