Sem clima na Câmara, IOF fragiliza Haddad
Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado concordam com o fato que a implementação de mais um imposto não é positiva para o Brasil. Davi Alcolumbre (UB) afirmou que o Executivo estava usurpando prerrogativas do Congresso com a medida. Hugo Motta (Republicanos) classificou o aumento do IOF como “infeliz”, que o clima na casa legislativa é para derrubar, e o governo terá 10 dias para apresentar nova proposta.
Com a negativa, Lula e os governistas ameaçaram bloquear as emendas parlamentares. No entanto, nada adiantou. A maioria dos deputados e senadores continuam se posicionando contra. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontou que a máquina pública ficaria em situação delicada sem o aumento do IOF. Mas há algo a mais que deve ser considerado.
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Para além dessas relações, o que está sendo definido é a influência do possível sucessor de Lula: Fernando Haddad. Essa e outras medidas têm enfraquecido a percepção da capacidade política dele. Uma vez que o Partido dos Trabalhadores tem se empenhado para fortalecer o seu nome para, talvez, o governo de São Paulo, o ministro não tem atendido às expectativas.
A situação adentra na dificuldade do PT em formar um líder carismático e hábil para ocupar a presidência da República. Lula tem sido o único na sigla capaz de mobilizar e, ao mesmo tempo, lidar com os meandros do poder. Desse modo, o cenário que se forma é de uma crise futura sem precedentes. Nesse sentido, o que se observa com o PSDB hoje, pode ser o PT de amanhã — no quesito relevância.