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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
regulação emocional

Cães de suporte emocional ajudam na saúde mental

Cães auxiliam na regulação emocional de seus tutores, promovendo estabilidade psíquica

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 4 de junho de 2025
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Cães de suporte emocional ajudam na saúde mental. | Reprodução/Istock

O cão de suporte emocional é reconhecido como um recurso terapêutico que proporciona conforto, acolhimento e segurança a pessoas que enfrentam transtornos psicológicos, como ansiedade, depressão, síndrome do pânico e estresse pós-traumático.

Embora exerçam um papel relevante na promoção do bem-estar emocional, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que esses animais não possuem os mesmos direitos legais dos cães-guia, especialmente no que se refere à obrigatoriedade de permanência na cabine de aviões, tanto em voos nacionais quanto internacionais.

Especialistas destacam que, mais do que simples companhia, esses cães auxiliam na regulação emocional de seus tutores, promovendo estabilidade psíquica. A indicação costuma ocorrer quando tratamentos tradicionais como psicoterapia ou medicação, não apresentam a eficácia desejada, sendo o animal integrado ao cuidado em casos de vínculos afetivos frágeis e insegurança persistente.

O contato com o cão favorece respostas fisiológicas e emocionais positivas: eleva os níveis de ocitocina, o chamado “hormônio do amor”, e reduz o cortisol, associado ao estresse. Esse vínculo pode melhorar o humor e aliviar sintomas depressivos. Um exemplo é o de um paciente, de 30 anos, que, acometido por depressão severa e isolado socialmente, passou a realizar caminhadas diárias com seu cão, desencadeando mudanças significativas em seu comportamento, em paralelo ao acompanhamento psicoterapêutico.

Além disso, o ato de cuidar de um animal estimula o senso de responsabilidade e desvia o foco de preocupações excessivas, contribuindo para o manejo da ansiedade. O vínculo afetivo criado reforça sentimentos de pertencimento e acolhimento, fundamentais para a autorregulação emocional.

A recomendação também se mostra pertinente para indivíduos com dificuldades de estabelecer relações sociais ou que necessitam de estímulo adicional para participar de atividades. O afeto mútuo é um diferencial relevante: ao cuidar, o tutor recebe amor incondicional, o que pode ser determinante no processo de recuperação e equilíbrio psicológico.

Caso os benefícios não se concretizem, o psicólogo pode reavaliar a estratégia terapêutica, integrando outras abordagens, como a terapia cognitivo-comportamental intensiva. A participação da família é essencial nesse processo, oferecendo suporte e alinhando expectativas quanto ao papel do animal.

Dentre as mudanças mais observadas estão a redução da ansiedade, melhora do humor, ampliação da socialização, além de maior estabilidade emocional e autoconfiança.

Por fim, é importante considerar que os efeitos variam de pessoa para pessoa. Enquanto alguns se beneficiam significativamente, outros podem sentir-se sobrecarregados com os cuidados exigidos. Assim, os resultados dependem da qualidade do vínculo entre o tutor e o cão, bem como do suporte terapêutico oferecido.

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