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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Práticas caseiras ganham força para aliviar sintomas de gripes e resfriados

Alimentos como canjas e sopas são amplamente utilizados como forma de conforto durante quadros gripais

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 4 de junho de 2025
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Práticas caseiras ganham força para aliviar sintomas de gripes e resfriados. | Foto: Reprodução/Istock

Com a chegada do inverno, torna-se mais frequente a ocorrência de doenças respiratórias, como gripes e resfriados. A gripe, provocada pelo vírus influenza, é uma infecção respiratória aguda com elevado potencial de transmissão. Já o resfriado afeta principalmente as vias aéreas superiores e pode ser causado por mais de 200 tipos de vírus, sendo os rinovírus os mais comuns, justamente por sua alta capacidade de contágio. 

Diante do aumento dos casos, também cresce a adesão a práticas caseiras que buscam aliviar os sintomas dessas enfermidades, como o consumo de chás, sucos com própolis ou alho e as tradicionais sopas e canjas.

Embora essas medidas sejam culturalmente associadas à melhora do bem-estar, especialistas afirmam que os efeitos são, em grande parte, limitados ao conforto físico e à hidratação, sem impacto direto sobre a infecção viral. Segundo profissionais de saúde, a ingestão de líquidos quentes favorece a umidificação das vias aéreas e a sensação de alívio, mas não possui propriedades curativas comprovadas.

Algumas infusões, no entanto, são valorizadas por benefícios secundários. A camomila é frequentemente relacionada ao relaxamento, enquanto a hortelã pode proporcionar uma respiração mais livre graças ao frescor característico. O gengibre, por sua vez, é lembrado pelo potencial de reduzir desconfortos locais. Além disso, há quem defenda o chá-verde como aliado da imunidade, devido à presença de catequinas, antioxidantes que, segundo o nutrólogo Mateus Drumond, podem modular as defesas do organismo.

Na preparação dessas bebidas, os especialistas recomendam moderação no uso de açúcares, que podem favorecer processos inflamatórios. O mel é uma alternativa mais saudável, reconhecido por propriedades antimicrobianas, mas seu consumo deve ser ponderado, especialmente por quem segue dietas restritivas.

Da mesma forma que os chás, alimentos como canjas e sopas são amplamente utilizados como forma de conforto durante quadros gripais. Embora não atuem diretamente contra os agentes infecciosos, favorecem a hidratação e proporcionam alívio por meio do calor e da presença de nutrientes. A canja de galinha, por exemplo, é apontada como fonte de compostos com leve ação anti-inflamatória, como a cisteína, liberada durante o cozimento. Além disso, o prato ajuda na reposição de eletrólitos e contribui para a melhora do bem-estar geral.

Outro elemento recorrente em receitas populares é o alho. Apesar da crença disseminada sobre seus efeitos protetores, a literatura científica ainda carece de estudos robustos que confirmem sua eficácia contra infecções respiratórias. A substância ativa do alho, a alicina, apresenta propriedades antimicrobianas em ambiente laboratorial, mas o cozimento tende a reduzir significativamente sua potência.

Com a queda das temperaturas, cresce também o interesse pela suplementação de vitamina C, tradicionalmente associada ao fortalecimento do sistema imunológico. No entanto, especialistas indicam que o efeito preventivo desse nutriente é modesto para a população em geral, sendo mais relevante em casos específicos, como o de pessoas submetidas a estresse físico intenso, a exemplo de atletas. Nessas situações, a orientação é priorizar fontes naturais da vitamina, frutas cítricas e vegetais variados, pois a suplementação tem eficácia limitada quando a infecção já está instalada.

Além da vitamina C, outros micronutrientes desempenham papel essencial na resposta imune. A vitamina D participa da regulação imunológica, enquanto a vitamina A assegura a integridade das mucosas, primeira linha de defesa contra agentes infecciosos. Já a vitamina E é conhecida por proteger células do sistema imune, e minerais como ferro, selênio e magnésio também são importantes nesse processo.

Apesar dessas evidências, os especialistas reforçam que, salvo em casos de deficiência nutricional, a adoção de suplementos não se faz necessária. A recomendação predominante é apostar em uma alimentação equilibrada, suficiente para garantir a ingestão adequada de vitaminas e minerais essenciais à manutenção da saúde, sobretudo durante o inverno.

 

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