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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Alimentação

Novo estudo isenta o pão e mostra que consumo moderado não eleva risco de tumores

Os pães integrais podem oferecer um efeito protetor

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 5 de junho de 2025
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Novo estudo isenta o pão e mostra que consumo moderado não eleva risco de tumores. | Foto: Reprodução/Istock

Pesquisadores de universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido decidiram investigar a relação entre o consumo de pão e o risco de câncer, após sucessivas acusações de que o alimento poderia causar obesidade, inflamações e até tumores. A revisão de estudos realizada por esses especialistas, publicada recentemente na revista científica Current Developments in Nutrition, concluiu que não há evidências que associem o consumo de pão ao aumento do risco de câncer. Pelo contrário, os dados indicam que os pães integrais podem até oferecer um efeito protetor, graças às fibras e outros nutrientes que ajudam a reduzir a probabilidade de câncer intestinal.

Ainda assim, o pão tem sido frequentemente excluído de muitas dietas, sobretudo aquelas que seguem modismos alimentares, como as dietas low carb, que pregam a restrição de carboidratos. A ciência, no entanto, reforça que os carboidratos são fontes indispensáveis de energia, essenciais para atividades cotidianas, práticas esportivas e o bom funcionamento cerebral. A ausência desse macronutriente pode levar à fadiga, alterações de humor e até à diminuição da produção de neurotransmissores como a serotonina, diretamente associada ao bem-estar.

Outro fator que alimenta a má reputação do pão é a presença do glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada e seus derivados. O glúten confere estrutura e textura à massa do pão, sendo responsável pela crocância da casca e pela maciez do miolo. No entanto, ele representa um risco real apenas para pessoas com doença celíaca, uma condição autoimune que afeta cerca de 1% da população mundial. 

Nesses indivíduos, a ingestão de glúten provoca uma resposta inflamatória que compromete as células intestinais, resultando em diarreia, deficiência na absorção de nutrientes e prejuízos à saúde geral. A única conduta recomendada para esses casos é a exclusão total de alimentos que contenham a substância.

Há ainda indivíduos com intolerância ou sensibilidade ao glúten, que, embora não sejam celíacos, também manifestam sintomas como distensão abdominal e desconfortos digestivos. Nesses casos, o diagnóstico médico é fundamental para evitar restrições alimentares desnecessárias.

Para quem não apresenta essas condições, não há justificativa para eliminar o pão ou outros produtos que contenham glúten da rotina alimentar. No entanto, dietas que restringem o glúten vêm ganhando popularidade com a promessa de emagrecimento, mesmo sem respaldo científico. Além disso, não há consenso na literatura sobre um eventual efeito inflamatório do glúten em indivíduos saudáveis.

Em modelos de alimentação reconhecidos pela ciência, como a dieta mediterrânea, o pão mantém seu espaço, desde que consumido com equilíbrio. Ele pode ser incluído nas refeições matinais, nos lanches intermediários ou até como opção de carboidrato no jantar.

Especialistas recomendam priorizar versões de fermentação natural, como os pães preparados com levain, que são mais fáceis de digerir e geralmente isentos de conservantes e aditivos químicos. Também orientam a escolha por pães integrais, que, em comparação ao pão branco, oferecem maior concentração de vitaminas do complexo B e, principalmente, fibras, fundamentais para o bom funcionamento intestinal e para a sensação de saciedade. Produtos que incluem grãos e sementes na composição são ainda mais vantajosos.

Na hora de montar sanduíches, nutricionistas sugerem apostar em combinações que incluam boas fontes de proteínas e gorduras saudáveis. Entre os ingredientes recomendados estão queijos magros, ovos, frango desfiado, patê de salmão, pasta de grão-de-bico, tofu, além de abacate e azeite de oliva. Hortaliças como alface, rúcula, cenoura e tomate enriquecem ainda mais a refeição, enquanto o consumo de embutidos como salame, presunto e mortadela deve ser evitado, uma vez que esses produtos são associados a um maior risco de câncer.

Especialistas ressaltam a importância de atenção aos rótulos. O mercado oferece uma vasta gama de pães, muitos dos quais se enquadram na categoria de ultraprocessados, com excesso de gordura, açúcar, sódio e aditivos químicos. A recomendação é optar por produtos com listas de ingredientes curtas e de fácil compreensão, além de comparar as tabelas nutricionais, sempre priorizando aqueles com menores teores de sódio, gorduras e açúcares.

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