Nalini Cia de Dança estreia espetáculo coletivo fruto de residência artística com estudantes da UFG
“Bricolagens do não meu” será apresentado entre os dias 16 e 18 de junho, com entrada gratuita e acessibilidade em Libras, no Teatro LACENA, em Goiânia
A Nalini Cia de Dança apresenta nos dias 16 e 17 de junho, às 19h, e no dia 18, às 16h, o espetáculo “Bricolagens do não meu: esse trabalho não é meu. Nem seu. Muito menos de alguém só”, resultado da residência artística realizada com estudantes do curso de Dança da Universidade Federal de Goiás (UFG). As apresentações ocorrem no Teatro LACENA da EMAC/UFG, com entrada gratuita e tradução em Libras.
O espetáculo marca o encerramento da primeira etapa do projeto Manutenção Nalini Cia de Dança, contemplado pelo Programa Nacional de Cultura Aldir Blanc (PNAB), por meio do Edital nº 16/2024, operacionalizado pelo Governo de Goiás e Secretaria de Estado da Cultura. Sob direção artística de Valeska Vaishnavi e produção da Lúdica Produções, o projeto reafirma o compromisso da companhia com a formação, a criação coletiva e a democratização da cultura.
Durante três meses, 15 jovens artistas participaram da residência, que uniu prática técnica, imersão criativa e ajuda de custo para garantir dedicação integral ao processo. A proposta formativa, conduzida em diálogo com os residentes, foi centrada na escuta ativa e na construção colaborativa da cena, com foco em processos artísticos não hierárquicos. “Essa obra é uma colagem de experiências, afetos e atravessamentos. Um território compartilhado onde ninguém é dono, mas todos pertencem”, afirma a diretora.
A montagem evidencia a política estética da companhia: a dança como linguagem viva e ferramenta crítica de afirmação de existências. A obra se soma a uma trajetória que começou em 2016 e já levou a Nalini a festivais em diversas capitais do país, como Recife, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo, com espetáculos como Titiksha, Um Mero Deleite e Nega Lilu.
O projeto de manutenção da companhia em 2025 prevê, além da residência, ações contínuas como oficinas abertas à comunidade, circulação por escolas públicas e atividades em parceria com cursos de dança e teatro da UFG. Em um cenário de escassez de políticas culturais, a continuidade da atuação da Nalini representa não apenas resistência, mas a reinvenção de modos de criação coletiva no território goiano.