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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Hemorragia pós-parto continua como segunda maior causa de morte materna no Brasil

Apesar dos avanços médicos, casos graves ainda representam desafio para sistema de saúde, principalmente em algumas regiões

Luana Avelarpor Luana Avelar em 11 de junho de 2025

A hemorragia pós-parto (HPP) permanece como a segunda principal causa de morte materna no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde e de pesquisas nacionais. Embora os protocolos para prevenção e tratamento estejam bem estabelecidos, a condição, que se caracteriza pela perda excessiva de sangue após o parto, ainda é responsável por um número de óbitos.

De acordo com dados atualizados entre 2018 e 2023, o país apresentou uma taxa média de mortalidade por HPP de 0,03 para cada 100 mil nascidos vivos no início de 2023. No entanto, essa média esconde desigualdades regionais importantes: no Norte, o índice chegou a 0,29, e no Centro-Oeste, a 0,17, refletindo desafios estruturais e de atendimento nessas áreas. Já o Sudeste registra o maior número absoluto de internações por hemorragia pós-parto, enquanto o Sul concentra a maior taxa de mortalidade, com 1,25% das hospitalizações resultando em óbito.

A hemorragia pós-parto é definida como a perda de sangue superior a 500 ml após parto vaginal e acima de 1.000 ml em cesarianas. A principal causa é a atonia uterina, que impede a contração adequada do útero, responsável por até 80% dos casos. Outros fatores de risco incluem anemia, síndromes hipertensivas, placenta prévia, idade materna avançada, multiparidade, gravidez gemelar e histórico prévio de hemorragia.

Para evitar a condição, o acompanhamento pré-natal é fundamental, especialmente para identificar e controlar fatores que aumentam o risco. Durante o parto, o uso profilático de ocitocina é recomendado para reduzir as perdas sanguíneas. Caso a hemorragia ocorra, o atendimento deve ser rápido e escalonado, com medidas que vão da massagem uterina à administração de medicamentos, transfusões e, em situações extremas, procedimentos cirúrgicos, como a histerectomia.

Especialistas alertam que o tempo de resposta é decisivo para a sobrevida da paciente. Hospitais que investem em treinamento de equipes e recursos, como o uso de balões intrauterinos e medicamentos modernos, apresentam melhor desempenho no controle da HPP.

Apesar dos avanços, as disparidades regionais evidenciam a necessidade de políticas públicas voltadas para o fortalecimento da rede obstétrica, sobretudo em regiões menos assistidas. O desafio para 2025 está em garantir acesso equitativo a cuidados de qualidade, do pré-natal ao pós-parto, para reduzir ainda mais as mortes evitáveis relacionadas à hemorragia pós-parto.

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