Divórcio grisalho cresce e reflete mudanças nas relações
Casais com mais de 50 anos representam fatia crescente dos divórcios, refletindo mudanças sociais, econômicas e culturais no país
O divórcio entre pessoas com mais de 50 anos, conhecido como “divórcio grisalho”, tem apresentado crescimento no Brasil. Dados do IBGE indicam que, em 2022, o país registrou 420 mil divórcios, um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior, com uma participação crescente de casais nessa faixa etária.
Entre os fatores que contribuem para esse fenômeno estão o aumento da expectativa de vida, a maior independência financeira das mulheres e a transformação das expectativas em relação ao casamento e à busca pela felicidade pessoal. As relações afetivas têm sido repensadas, com menos tolerância a situações que não atendem às necessidades emocionais dos indivíduos.
A autonomia econômica possibilita que muitas pessoas se sintam mais seguras para encerrar relações que não oferecem mais realização, o que está relacionado à evolução das dinâmicas de gênero e à valorização de relações mais significativas na maturidade.
Além disso, o estigma social que antes envolvia o divórcio nessa faixa etária vem diminuindo. Hoje, o término do casamento é visto como uma escolha legítima para quem busca novos caminhos e experiências pessoais.
O impacto do divórcio grisalho vai além dos cônjuges, envolvendo questões patrimoniais, redes de apoio social e a reconfiguração das relações familiares, incluindo os filhos adultos que acompanham essa mudança.