CPMI do INSS deve contar com a maioria da direita
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) promete trazer à tona a velha polarização entre petistas e bolsonaristas. Não precisa de empenho intelectual para saber que a parte da apuração dos fatos ficará em segundo plano. Os congressistas de ambos os lados vão aproveitar a situação para gerar cortes para as redes sociais e se acusarem dos crimes cometidos ou permitidos. Nesse sentido mais abrangente, no entanto, se sabe que a direita e a esquerda são culpadas. Negligenciaram um dos mais importantes órgãos de assistência social dos brasileiros.
Em relação à parte política, a oposição conseguiu 241 assinaturas para a CPMI do INSS, 209 de deputados federais e 32 de senadores, e deve contar com a maioria da direita. O governo Lula correu para evitar a CPMI, depois correu para evitar que o relator fosse bolsonarista. Porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante a reunião que aconteceu nesta terça-feira (17) com os deputados da oposição, garantiu que a relatoria ficará com um bolsonarista. O governo ainda tenta articular para evitar isso, mas a palavra de Motta deve pesar na decisão.
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Sobre o assunto, o líder da oposição disse: “Quem aceitar ser titular dessa CPMI tem que saber: o Brasil inteiro vai estar assistindo. Não pode haver blindagem. Não pode ter investigação seletiva. O sindicato do irmão do presidente Lula, o Sindinap, até agora, sequer foi incluído no escopo da investigação. Isso é escandaloso. Tem gente sendo protegida, sim”, afirma o deputado Luciano Zucco (PL-RS).
Se nada mudar, a tendência é que os bolsonaristas consigam o protagonismo na investigação e Lula e os seus aliados sofram desgastes… até que ponto ainda está em aberto. (Especial para O Hoje)