Em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, comemorado em 28 de junho, o Abrigô Coletivo promove neste sábado (28), em Goiânia, uma edição especial da Drag Night. O evento, que começa às 19h na Rua 260, nº 661, no Setor Leste Universitário, reúne performances de artistas drags da capital e propõe uma noite de celebração da liberdade, da arte e da diversidade. Os ingressos custam R$ 25 e estão disponíveis na plataforma Sympla.

Com shows das performers Tessália, Kharmo, Channel Collins e Alice Heart, e apresentação de Ravenna Veracity com hostess Sin Heart, a noite ainda contará com discotecagem da DJ Naïve. O ambiente, segundo os organizadores, foi pensado para acolher corpos dissidentes e valorizar expressões plurais de identidade, gênero e sexualidade. A capacidade da casa é limitada, e os ingressos antecipados são recomendados.

Mais do que entretenimento, a Drag Night é uma resposta estética e política a um contexto marcado pelo crescimento da violência contra pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil. Segundo o Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+, o país segue liderando o ranking mundial de assassinatos motivados por LGBTfobia. Somente em 2023, foram registradas mais de 250 mortes violentas de pessoas trans e travestis, reforçando a urgência por visibilidade e respeito.

Em meio a esse cenário, eventos como a Drag Night reafirmam o espaço da arte como ferramenta de afirmação e resistência. Ao reunir performances drags e um público diverso em clima de celebração, a noite reforça o papel da cultura como campo de disputa simbólica, onde os corpos marginalizados não apenas existem, mas protagonizam, ocupam e criam novas narrativas.

A data escolhida remete à Rebelião de Stonewall, em 1969, nos Estados Unidos, marco histórico da luta pelos direitos civis da população LGBTQIAPN+. Desde então, o 28 de junho é celebrado mundialmente como o Dia do Orgulho, ressignificando o direito à expressão e ao afeto como atos políticos.

Em Goiânia, iniciativas como essa fortalecem redes culturais e afetam diretamente o modo como a cidade reconhece — ou silencia — suas múltiplas identidades. A Drag Night se coloca, portanto, não só como um evento festivo, mas como um território de liberdade artística e afirmação de direitos em tempos de retrocessos.