Neste domingo (6), políticos goianos compareceram em peso à Missa Campal da Romaria de Trindade e reacende o debate sobre o uso político da religião. O evento de devoção é um dos mais representativos do catolicismo do País. Além do governador em exercício, Daniel Vilela (MDB), o estafe e a base de Ronaldo Caiado (UB) compareceram em peso, além de outras siglas que representam outros projetos. 

A festividade enche os olhos das pessoas públicas por atrair milhões de fiéis todos os anos e, com isso, também se torna um espaço de forte visibilidade. Embora a presença de políticos em eventos religiosos não seja novidade, o que chama atenção é a forma como a fé popular é instrumentalizada para reforçar o capital político. 

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Esse tipo de exposição, embora legítimo do ponto de vista institucional, levanta questionamentos sobre os limites entre a fé e a política. A presença ostensiva de figuras públicas em um espaço de devoção pode ser vista como tentativa de se apropriar simbolicamente da religiosidade popular — especialmente em um ano pré-eleitoral. 

A Romaria de Trindade é, antes de tudo, um ato de fé. Mas sua grandiosidade e impacto cultural a tornam também um palco onde interesses políticos e religiosos se entrelaçam. O desafio está em preservar o caráter espiritual do evento sem permitir que ele seja reduzido a palanque eleitoral. (Especial para O Hoje)