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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
ROTAÇÃO DO PLANETA

Terra tem o dia mais curto do ano nesta quarta-feira (9)

Fenômeno acontece devido a leve aceleração na rotação do planeta e será quase imperceptível para os humanos

Thais Airespor Thais Aires em 9 de julho de 2025
Terra

Se alguém te dissesse que hoje o tempo vai passar mais rápido, talvez você nem notasse. Mas, nesta quarta-feira (9), a Terra vai registrar o dia mais curto de 2025, com 1,30 milissegundo a menos que as habituais 24 horas. Isso acontece por conta de uma aceleração na rotação do planeta em torno do próprio eixo.

O tempo que a Terra leva para dar uma volta completa costuma ser de 86.400 segundos, o equivalente a um dia comum. Hoje, esse ciclo será finalizado um pouco antes do previsto. Para fins de comparação, um piscar de olhos dura, em média, 300 milissegundos, ou seja, o encurtamento do dia é quase 250 vezes menor do que isso.

Variações acontecem há décadas

A ocorrência de dias levemente mais curtos não é inédita. Segundo especialistas do Observatório Nacional, fenômenos como este têm sido registrados desde o início das medições com relógios atômicos, na década de 1960. O recorde de dia mais curto até agora ocorreu em 29 de junho de 2022, quando a rotação foi 1,59 milissegundo mais rápida que o habitual.

Antes disso, em 2020, a Terra apresentou os 28 dias mais curtos já medidos, incluindo o dia 19 de julho daquele ano, com duração 1,47 milissegundo abaixo do padrão. Esses registros superaram o antigo recorde de 5 de julho de 2005, quando o planeta girou 1,0516 milissegundos mais rápido.

Apesar da precisão dos dados, a ciência ainda não encontrou uma explicação definitiva para essas oscilações. No entanto, há fatores que costumam estar associados às variações, como o movimento do núcleo fundido da Terra, as correntes oceânicas, a atmosfera e até o enfraquecimento do campo magnético.

Efeitos a longo prazo e o “segundo bissexto”

A princípio, essas mudanças não impactam o cotidiano. Mas ao longo dos anos, o acúmulo de milissegundos pode causar um descompasso entre o tempo astronômico e o tempo civil. Para corrigir essas diferenças, a comunidade científica utiliza o chamado “segundo bissexto”, um ajuste que pode ser feito adicionando ou retirando um segundo dos relógios oficiais.

“O segundo bissexto existe justamente para alinhar o tempo da Terra com o dos relógios atômicos”, afirma Richard Jones, pesquisador do IERS (Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra). “Se a tendência de dias mais curtos continuar, podemos chegar ao ponto de precisar remover um segundo para manter o sincronismo”, completa.

Desde 1973, o IERS já realizou 27 ajustes positivos, ou seja, segundos adicionados. Nenhum segundo bissexto negativo (retirada de um segundo) foi implementado até hoje, mas o cenário está sendo monitorado.

Além do fenômeno desta quarta-feira, outros dois dias mais curtos estão previstos para 2025: em 22 de julho, com redução de 1,38 milissegundo, e em 5 de agosto, com 1,51 milissegundo a menos.

Apesar do ritmo ligeiramente acelerado, os cientistas consideram esse comportamento da Terra como parte das variações naturais do planeta — que, ao longo de bilhões de anos, já teve dias com apenas cinco horas de duração.

 

 

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