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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Louro combina tradição culinária e potencial terapêutico

Presente em receitas e remédios caseiros, planta é estudada por efeitos digestivos, anti-inflamatórios e relaxantes, mas exige uso responsável

Luana Avelarpor Luana Avelar em 14 de julho de 2025
16 MATERIA CREDITOS Shutterstock

Por séculos, o louro ocupou lugar cativo nas cozinhas do mundo, emprestando sabor a ensopados, caldos e molhos. Mas sua trajetória vai além da gastronomia. Pertencente à família das Lauráceas, a planta tem sido valorizada em diversas culturas por seu potencial terapêutico. Hoje, essa fama tradicional começa a ganhar respaldo científico. Estudos apontam que suas folhas possuem compostos com efeitos digestivos, anti-inflamatórios e antimicrobianos, o que atrai o interesse de quem busca alternativas naturais de cuidado com a saúde.

Usos históricos e propriedades bioativas

Registros históricos mostram que o louro era símbolo de força e purificação no mundo greco-romano. Além de coroar atletas e imperadores, suas folhas foram empregadas em rituais religiosos e formulações medicinais. Com o tempo, esse legado passou a fazer parte das práticas populares e ainda persiste, especialmente na forma de chás, vapores e óleos essenciais.

A ciência atual atribui à planta princípios ativos como o eugenol, cineol e taninos, substâncias que conferem propriedades anti-inflamatórias e digestivas. É comum o uso do chá de louro para aliviar sintomas como cólicas, gases e sensação de estufamento. Sua ação sobre o sistema nervoso também é tema de interesse, devido ao efeito relaxante que pode ser induzido pelo aroma das folhas.

Estudos e evidências científicas

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Coimbra, em Portugal, apontou que o extrato de louro apresenta efeito antimicrobiano contra certas bactérias do trato gastrointestinal. Já a Universidade de Bolonha, na Itália, testou o óleo essencial da planta e identificou ação antioxidante promissora, ainda que em fases preliminares de estudo.

O uso do vapor das folhas também ganhou respaldo em um estudo da Universidade de Navarra, na Espanha, que analisou o impacto da inalação de compostos voláteis do louro na redução de congestão nasal. Apesar das descobertas, os pesquisadores indicam que faltam ensaios clínicos amplos para que as propriedades do louro sejam plenamente validadas por organismos como a Organização Mundial da Saúde.

Formas de uso e cuidados necessários

O louro pode ser aproveitado de diferentes formas no cotidiano. O chá é a via mais popular, preparado com uma ou duas folhas secas em água quente. O óleo essencial, disponível em lojas especializadas, costuma ser diluído para uso tópico em massagens voltadas ao alívio de dores musculares. Já o vapor das folhas é tradicionalmente usado em inalações para descongestionar as vias respiratórias.

Apesar dos benefícios, o uso deve ser criterioso. As folhas não são digeríveis e não devem ser consumidas inteiras. Gestantes, pessoas com doenças crônicas ou em uso de medicamentos contínuos devem consultar profissionais de saúde antes de introduzir qualquer produto à base de louro na rotina. Reações alérgicas ou efeitos adversos leves, como náusea e irritação gástrica, podem ocorrer em casos de uso excessivo.

O louro segue, portanto, como um ingrediente versátil que ultrapassa os limites da culinária. Sua presença constante na cultura alimentar se entrelaça agora com o campo da saúde, ampliando sua importância no dia a dia. Se usado com responsabilidade, pode ser mais que um aroma na panela — pode representar um elo entre tradição, ciência e cuidado com o corpo.

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