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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Avanços na saúde

Com avanço de novos medicamentos, cirurgia bariátrica pode se tornar rara em 10 anos

Com resultados promissores na redução de peso, Mounjaro ganha destaque no combate à obesidade e pode reduzir a necessidade de cirurgias

Luana Avelarpor Luana Avelar em 14 de julho de 2025
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O tratamento da obesidade está passando por uma mudança. Dados do Conselho Federal de Medicina mostram que, nos últimos cinco anos, o número de cirurgias bariátricas no Brasil caiu cerca de 30%. Em Goiás, a redução foi ainda maior, chegando a 40%. A mudança no comportamento dos pacientes acompanha o surgimento de novos medicamentos que oferecem alternativas menos invasivas e de menor risco.

A chegada da Mounjaro, nome comercial da tirzepatida, promete não apenas revolucionar a forma como a medicina encara a obesidade, mas também sinaliza um possível fim para a cirurgia bariátrica como a principal solução para o controle do peso. Fernando França, médico especialista em medicina da longevidade e bem-estar, implantes hormonais e emagrecimento, afirma que se a tendência de liberação de novos medicamentos continuar, é possível que em até 10 anos os diagnósticos para cirurgia bariátrica se tornem raros.

Estudos indicam que a Mounjaro permite que pacientes percam até 20% do peso corporal em poucas semanas. Foi o caso da professora Lilian Melo, de 47 anos, que, com quase 100 quilos e 1,75 m de altura, procurou o médico em Goiás para iniciar um tratamento com método exclusivo criado por ele, que inclui, entre outras terapias, as canetas emagrecedoras. Em seis meses foram quase 20 quilos perdidos e, a bariátrica batia à porta, ficou no passado. “Hoje, sou outra pessoa, faço atividades físicas, jogo vôlei e até a relação com meu marido melhorou”. comemora.

Doenças

A obesidade é uma das condições de saúde mais desafiadoras do século XXI, aumentando o risco de diversas comorbidades, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e hipertensão. Em meio a esse cenário alarmante, a Mounjaro atua de forma diferenciada no organismo, estimulando a secreção de insulina e reduzindo a liberação de glucagon, o que resulta em uma diminuição do apetite.

Outro aspecto relevante é a segurança do tratamento. A Mounjaro apresentou um perfil de efeitos colaterais gerenciáveis, os mais comuns são náuseas e desconforto gastrointestinal, que tendem a diminuir com o tempo. No entanto, é fundamental que o uso do medicamento seja acompanhado por um profissional de saúde, que poderá orientar sobre a melhor forma de integrá-lo a um plano de tratamento que inclua mudanças de estilo de vida, como dieta e exercícios físicos.

Obesidade em números

Um levantamento do Ministério da Saúde, de 2022, apontou que a obesidade atingia mais de 6,7 milhões de pessoas no Brasil, naquele ano, sendo que 863.086 pessoas tinham obesidade mórbida (IMC grau III). Outra estimativa mais recente, de março de 2025, de um relatório global, aponta que aproximadamente um a cada três brasileiros (31%) vive com obesidade.

De acordo com o Atlas da Obesidade no Estado de Goiás, lançado em março de 2022, a incidência de obesidade está aumentando em praticamente todas as faixas etárias no estado. A faixa etária com maior aumento de sobrepeso são os adolescentes. Embora o Atlas não forneça um número total de pessoas obesas em Goiás, a prevalência de adolescentes obesos foi de 13,31%, o que representa, em números absolutos, 24.747 adolescentes obesos em território goiano.

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