Incêndios em veículos não são eventos tão raros quanto se imagina. Com frequência, motoristas se deparam com carros em chamas em ruas, avenidas ou até mesmo estacionamentos, o que gera apreensão e dúvidas sobre os motivos que levam esses automóveis a pegarem fogo aparentemente “sozinhos”. Embora o fenômeno pareça repentino, há uma série de fatores que, combinados ou isoladamente, podem desencadear incêndios. A boa notícia é que, com atenção e manutenção adequada, a maioria desses casos pode ser evitada.

Entre as principais causas de incêndios em veículos estão falhas mecânicas, problemas elétricos, instalação de acessórios não homologados e até fatores externos, como o local onde o carro foi estacionado. Portanto, manter uma rotina de manutenção preventiva é essencial para garantir a segurança e preservar o bom funcionamento do automóvel.

Pane elétrica

Os veículos modernos contam com diversos componentes eletrônicos, desde o sistema de ignição até centrais multimídia. Com isso, aumentam também os riscos de panes elétricas. Chicotes mal conservados, fios desencapados ou caixas de fusíveis em mau estado podem gerar curtos-circuitos e faíscas, suficientes para iniciar um incêndio. Além disso, o cheiro de queimado dentro do carro deve ser interpretado como um alerta imediato. Por isso, é imprescindível manter a revisão elétrica sempre em dia e jamais ignorar sinais de mau funcionamento.

Vazamento de combustível

Outra causa recorrente de incêndios em veículos está relacionada ao vazamento de combustível. Mangueiras ressecadas, mal encaixadas ou mal substituídas após uma manutenção podem liberar gasolina ou etanol sobre partes quentes do motor, iniciando rapidamente uma combustão. O uso de combustível de baixa qualidade também compromete os componentes do sistema de alimentação, o que aumenta o risco de vazamentos. Dessa forma, é fundamental abastecer apenas em postos de confiança e realizar revisões com profissionais qualificados.

Problemas no sistema de arrefecimento

O sistema de arrefecimento é o responsável por controlar a temperatura do motor. Caso o líquido refrigerante esteja em nível inadequado ou apresente vazamentos, o motor pode superaquecer. Essa elevação excessiva de temperatura, por sua vez, pode provocar rachaduras e vazamentos de fluidos inflamáveis que, em contato com partes quentes, iniciam o fogo. Portanto, verificar com frequência o nível do líquido e monitorar a temperatura no painel são medidas básicas de prevenção.

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Acessórios e adaptações fora do padrão

Instalar equipamentos ou acessórios não homologados pelo fabricante representa outro risco grave. Centrais multimídia, módulos de som e faróis adicionais que exigem mais energia da bateria podem sobrecarregar o sistema elétrico. Além disso, uma instalação mal feita, com fiação exposta ou mal isolada, facilita ainda mais a ocorrência de curtos-circuitos. Dessa maneira, é sempre recomendável adquirir peças e equipamentos de origem confiável e realizar a instalação apenas com profissionais especializados.

Fatores externos 

Embora a maioria dos casos esteja ligada a falhas internas nos veículos, há situações em que fatores externos são os responsáveis por iniciar o fogo. Estacionar sobre grama seca, por exemplo, pode ser perigoso, já que o calor das partes inferiores do carro, como escapamento e motor, pode entrar em contato com materiais inflamáveis do solo. Em dias quentes, objetos como óculos e vidros deixados dentro do carro também podem agir como lentes e concentrar luz solar, provocando focos de combustão no interior do veículo.

O que fazer em caso de incêndio

Caso o veículo comece a pegar fogo, o primeiro passo é manter a calma e garantir a segurança de todos os ocupantes. Encoste o carro em um local isolado, desligue o motor e afaste-se do automóvel. Embora o uso do extintor não seja mais obrigatório desde 2015 em carros de passeio, ele pode ser extremamente útil nessas situações. Se o fogo estiver fora de controle ou você não souber usar o equipamento, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

Manter os veículos em bom estado é o primeiro passo para evitar tragédias. Por isso, revisões periódicas, atenção aos sinais de mau funcionamento e o uso de peças adequadas são atitudes essenciais. Evitar adaptações sem orientação técnica, abastecer com combustível de qualidade e observar o local de estacionamento são detalhes que podem fazer toda a diferença. Afinal, preservar a segurança dos ocupantes e de quem está ao redor é, antes de tudo, uma questão de responsabilidade.