Mercúrio retrógrado: o que explica o fenômeno que intriga a astrologia e a cultura
Com essa diferença de velocidade, Mercúrio ultrapassa a Terra de três a quatro vezes por ano
Os períodos em que Mercúrio entra em retrogradação ganharam notoriedade tanto na astrologia quanto na cultura popular, sendo frequentemente responsabilizados por falhas na comunicação, imprevistos em viagens, problemas tecnológicos e confusões com documentos e decisões.
Embora envolta em misticismo, a retrogradação de Mercúrio é, na verdade, um fenômeno astronômico conhecido como “movimento retrógrado aparente”. Isso ocorre porque o planeta, que completa sua órbita ao redor do Sol em apenas 88 dias, se move mais rapidamente do que a Terra, cuja volta completa leva 365 dias.
Com essa diferença de velocidade, Mercúrio ultrapassa a Terra de três a quatro vezes por ano. É durante essas ultrapassagens que surge a impressão de que o planeta está se movendo “para trás” no céu, sensação que costuma durar cerca de três semanas.
Segundo a The Planetary Society, essa inversão é apenas uma ilusão de ótica causada pela perspectiva de quem observa da Terra. Em termos práticos, Mercúrio não inverte sua rota no espaço.
O que acontece é que, ao completar a ultrapassagem, Mercúrio começa a se afastar e a contornar o Sol, o que altera a forma como seu deslocamento é percebido. Durante esse intervalo, sua trajetória no céu parece desacelerar, mudar de direção e seguir em sentido contrário ao habitual.
Essa ilusão é o que alimenta a fama astrológica do chamado “Mercúrio retrógrado”, que, embora sem respaldo científico em seus supostos efeitos, segue sendo associado a períodos de instabilidade.