Vazamento expõe dados de 11 milhões de usuários do Pix em sistema do CNJ
Incidente no Sisbajud não compromete senhas nem saldos, mas abre brecha para fraudes e alerta para desafios da cibersegurança pública
O Banco Central do Brasil e o Conselho Nacional de Justiça confirmaram na última quarta-feira (23) o acesso indevido a dados de mais de 11 milhões de usuários do sistema financeiro nacional. O vazamento ocorreu entre os dias 20 e 21 de julho no sistema Sisbajud, ferramenta eletrônica usada pela Justiça para bloqueio de ativos em contas bancárias e gerida em parceria entre as duas instituições.
Segundo nota oficial, o incidente não envolveu informações protegidas por sigilo bancário, como senhas, saldos ou extratos. Os dados expostos são de natureza cadastral e incluem o nome do titular, chave Pix, instituição financeira, número da agência e da conta bancária. O Banco Central ressaltou que essas informações não possibilitam transações financeiras ou acesso direto às contas.
O problema foi identificado e corrigido, com o restabelecimento do sistema ainda no final de semana. A Polícia Federal e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados foram notificadas conforme prevê o artigo 48 da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, que exige comunicação formal em casos que possam gerar riscos significativos aos titulares.
Apesar de não envolver dados financeiros, o incidente acende um alerta sobre a possibilidade de fraudes e golpes baseados em informações básicas. O CNJ recomendou que os cidadãos redobrem a atenção com comunicações suspeitas e anunciou a criação de um canal exclusivo em seu site para que os usuários verifiquem se foram impactados.
A falha ocorre em um contexto de crescente preocupação com a segurança digital em órgãos públicos. O episódio reforça a necessidade de revisão constante das camadas de proteção cibernética e do cumprimento rigoroso das normas da LGPD.