Os motores vão “roncar” mais alto em Goiânia no primeiro trimestre de 2026. Depois de 37 anos, a capital goiana voltará a ser palco da MotoGP, principal competição de motovelocidade do planeta. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (24/7) pelo Governo de Goiás, Ronaldo Caiado, durante vistoria às obras do Autódromo Internacional Ayrton Senna, onde será realizada a etapa.

O evento está confirmado para os dias 20 a 22 de março de 2026. Nesse período, os maiores nomes do esporte e as motocicletas mais velozes do mundo desembarcarão em solo goiano, marcando o retorno de uma categoria que não passava pelo Brasil Central desde 1989. A corrida fará parte do calendário oficial da temporada e será a única etapa da MotoGP em toda a América Latina, segundo o governo estadual.

Obras em ritmo acelerado para receber a competição

Desde janeiro de 2025, o Autódromo de Goiânia vem passando por um amplo processo de modernização para se adequar aos padrões exigidos pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM) e pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A proposta é tornar o circuito apto a receber não apenas a MotoGP, mas também outras grandes competições internacionais, tanto de motos quanto de carros.

O governador Ronaldo Caiado acompanhou a vistoria e destacou a importância da preparação: “Em março, teremos em Goiânia esse grande evento, tão aguardado por todo o país. Vamos receber milhares de pessoas apaixonadas pela MotoGP”. Durante a visita, ele também comentou sobre a estrutura do local: “Nosso autódromo está ficando uma maravilha”.

As obras na pista incluem a substituição completa da camada asfáltica, ampliação da reta principal em cerca de um metro e intervenções nas áreas de escape, que agora contam com muretas de contenção, guardrails e barreiras de pneus. Também foram iniciadas melhorias nos boxes, camarotes, prédio administrativo, torre de controle e centro médico.

O arquiteto Carlos Wieck, da empresa Motor Sport, responsável pelo projeto, explicou que os materiais utilizados seguem padrões internacionais. “Estamos utilizando materiais de maior durabilidade para competições”, afirmou. Ele também detalhou os avanços na terraplanagem das áreas de brita e na preparação da pista para receber o novo pavimento.

De acordo com Adriano da Rocha Lima, secretário-geral de Governo, a intenção é garantir que o espaço fique homologado pelas entidades máximas do automobilismo e motociclismo mundial. “O autódromo de Goiânia poderá receber qualquer competição internacional, tanto de motos quanto de carros”, explicou.

Evento deve atrair multidão e movimentar bilhões

A expectativa em torno da realização da etapa da MotoGP em Goiânia vai além do espetáculo esportivo. Um estudo do Instituto Mauro Borges (IMB) indica que o impacto econômico na economia local pode ultrapassar R$ 1 bilhão. A projeção leva em consideração a geração de empregos, o turismo e o consumo de serviços durante o evento.

A estimativa do IMB aponta que mais de 150 mil pessoas devem passar por Goiânia durante os dias da competição. Desse total, 12% devem vir de outros países e 32% de estados diferentes. O turismo de eventos tende a movimentar intensamente setores como hotelaria, transporte, comércio de alimentos e bebidas, produção audiovisual, publicidade e cobertura jornalística.

Ainda segundo o estudo, a expectativa é que pelo menos 4 mil empregos sejam gerados direta e indiretamente. O gerente do autódromo, Roberto Boettcher, comentou sobre o retorno da competição à cidade: “Estamos ganhando um novo autódromo. Tudo que é de melhor está sendo feito e será um dos melhores do mundo”.

O evento, que também deve atrair a atenção da imprensa nacional e internacional, marca um momento estratégico para o turismo esportivo no Centro-Oeste. A organização envolve o Governo de Goiás e representantes da MotoGP, que já alinharam o cronograma para o recebimento das equipes e para os testes oficiais que antecedem a corrida.

A última vez que a competição passou por Goiânia foi em 1989. Desde então, a cidade vinha sendo cogitada como possível sede de novos eventos de motovelocidade, mas os investimentos necessários só começaram a ser feitos recentemente.

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