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sábado, 6 de dezembro de 2025
Infância conectada

Crianças brasileiras usam IA para apoio emocional e driblam vigilância dos pais

Pesquisa revela que quase 40% dos filhos já recorreram a assistentes de inteligência artificial em busca de companhia

Luana Avelarpor Luana Avelar em 26 de julho de 2025
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O uso de ferramentas de inteligência artificial entre crianças e adolescentes brasileiros ultrapassou os limites da curiosidade tecnológica e passou a ocupar espaços mais íntimos. De acordo com o relatório Norton Cyber Safety Insights: Connected Kids 2025, divulgado nesta semana, 39% dos pais afirmaram que seus filhos já utilizaram aplicativos de IA para buscar apoio emocional ou companhia. O levantamento foi conduzido com 1.001 adultos entre 30 de abril e 8 de maio deste ano.

O estudo aponta que o ChatGPT é a ferramenta mais popular: 67% dos pais relataram que os filhos já utilizaram o recurso. Para 64% dos entrevistados, a IA pode contribuir para o desenvolvimento da criatividade e da aprendizagem. Mas, ao mesmo tempo em que reconhecem os possíveis benefícios, os responsáveis demonstram preocupação com o controle do tempo de tela: 88% afirmaram adotar algum tipo de limite, embora 58% admitam que os filhos conseguem burlar as restrições impostas.

O ambiente digital, segundo o estudo, também tem revelado riscos concretos. Cerca de 39% dos pais disseram que seus filhos já usaram dispositivos após o horário permitido, enquanto 17% relataram acesso a sites bloqueados e 14% perceberam o consumo de conteúdo explícito. A prática de cyberbullying também foi identificada: 6% dos pais disseram já ter flagrado os filhos nessa conduta.

A pesquisa aponta ainda que 14% das crianças já foram vítimas de bullying online, sendo que em 40% dos casos, o agressor era colega da escola. As plataformas mais mencionadas nos relatos de violência virtual foram Instagram (43%), jogos online (41%), Facebook (39%) e TikTok (26%). Também apareceram salas de bate-papo (21%) e Discord (19%).

Os dados indicam um cenário complexo, em que a tecnologia ocupa um lugar central na vida das crianças, exigindo dos adultos não apenas vigilância, mas compreensão dos novos códigos de sociabilidade digital.

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