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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Envelhecer com autonomia exige atenção à saúde osteomuscular

Mobilidade, força e equilíbrio são pilares da longevidade funcional e devem ser preservados com acompanhamento médico e práticas cotidianas

Luana Avelarpor Luana Avelar em 31 de julho de 2025
14 MATERIA CREDITOS Freepik

O aumento da expectativa de vida no Brasil, agora em 76,4 anos, segundo o Censo Demográfico 2022, impõe um novo desafio: transformar o prolongamento da vida em bem-estar concreto. A longevidade, embora desejável, cobra uma conta fisiológica que só pode ser suavizada com prevenção. Entre os fatores centrais desse processo está a saúde osteomuscular, responsável por garantir independência, mobilidade e qualidade de vida à população idosa.

Com o envelhecimento, tornam-se mais frequentes as queixas relacionadas à osteoartrite, à osteoporose e à sarcopenia. O ortopedista Anderson Freitas, doutor pela Universidade de São Paulo e cirurgião de quadril, afirma que a adesão crescente a hábitos saudáveis tem mudado esse cenário. “É cada vez mais comum notarmos pacientes da melhor idade praticando atividades físicas e mantendo acompanhamento médico regular”, diz.

A base da prevenção está na construção de um estilo de vida que privilegia o movimento. Exercícios de fortalecimento muscular, caminhadas regulares, hidroginástica, alongamentos e práticas como yoga e tai chi são recomendados não apenas por seus efeitos sobre o tônus muscular, mas por auxiliarem na preservação do equilíbrio postural e da coordenação motora, fatores decisivos na prevenção de quedas.

O especialista ressalta que o envelhecimento ativo não significa ignorar os limites do corpo. Para idosos que assumem tarefas domésticas ou cuidam de netos, a atenção deve incluir o uso de calçados adequados, o respeito à ergonomia e a adoção de pausas frequentes durante atividades de esforço. “A prevenção é o melhor caminho. Manter uma boa postura e fazer aquecimentos antes das tarefas também ajuda a evitar lesões”, orienta.

Alguns sinais de alerta não devem ser negligenciados, mesmo na ausência de dor intensa. Rigidez nas articulações, edema, sensação de fraqueza muscular ou dificuldade em executar movimentos rotineiros podem indicar o início de processos degenerativos. A avaliação periódica da densidade mineral óssea, especialmente entre mulheres pós-menopausa, é uma medida recomendada para diagnóstico precoce de osteoporose.

Entre os principais quadros ortopédicos da terceira idade estão as fraturas por fragilidade, o desgaste articular crônico e as lombalgias. Embora decorrentes de processos naturais, esses agravos podem ser retardados com intervenções preventivas que incluem alimentação rica em cálcio e vitamina D, exposição solar controlada, exercícios resistidos e abandono de hábitos como o tabagismo.

A perda progressiva de massa muscular, conhecida como sarcopenia, é uma das principais causas da perda de independência funcional entre idosos. Sua evolução, no entanto, não é inevitável. A prática contínua de musculação leve, associada à ingestão adequada de proteínas e ao acompanhamento clínico, pode preservar força e resistência por décadas.

“Envelhecer com saúde é possível e começa com escolhas diárias. Alimentar-se bem, manter-se ativo e cuidar do corpo são atitudes que prolongam a autonomia”, resume Anderson Freitas.

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