Segue acirrada a polarização entre o consórcio de esquerda liderado pelo PT e o presidente Lula, alinhando com o STF contra o bolsonarismo e a direita. Para adicionar mais combustível ao embate, a entrada em cena do presidente dos EUA, Donald Trump, transformou o que era ruim para pior. No entanto, cientistas sociais, especialistas em neurociência comportamental e marqueteiros convergem em um ponto: tudo vai depender em como os EUA vão encarar a condenação e encarceramento de Jair Bolsonaro (PL).

Esse fator pode beneficiar a direita ou colocar uma pá de cal sobre os principais líderes desse segmento. Isto porque, a essa altura dos acontecimentos e diante do acirramento do Supremo contra a direita, o desfecho é imprevisível. Pelo que se lê, ouve e vê em todas as mídias, o presidente Lula teve um respiro com o episódio da taxação em 50% nos produtos exportados para os EUA, mas isto não significa que ele derrotou a direita e o bolsonarismo. Não importa se o STF faz o máximo para tirar as principais lideranças conservadoras e de direita do jogo.

Por enquanto, os pré-candidatos a presidente da República, Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Júnior (PSD), seguem o roteiro apresentando em reuniões, palestras e entrevistas como oposição a Lula. Ninguém sabe se o STF pensa em colocar uma pedra no caminho deles. Quanto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) que, por enquanto, aguarda o apoio de Jair Bolsonaro (PL), continua sendo a expectativa da direita e centro-direita para vencer Lula.

No entanto, tudo que os estrategistas de Lula querem é que eles se dividam, cada um tentando ser o vencedor no primeiro turno para se unir no segundo. Na avaliação da esquerda, caso isso ocorra, será o melhor dos mundos para Lula. Outro ponto é que se Tarcísio optar pela reeleição, “o presidente avança em Minas e pode vencer no segundo colégio eleitoral, além de dividir o Centrão logo no primeiro turno”, avalia um petista histórico.

Governadores discutem alternativas

A crise que se avizinha com o início da aplicação da taxa de 50% aos produtos brasileiros exportados para os EUA, a partir desta sexta-feira (1), será discutida nesta quarta-feira (30), em Brasília pelo Fórum Nacional de Governadores. O goiano Ronaldo Caiado foi um dos primeiros a buscar uma solução emergencial para os exportadores goianos. A ideia serviu como ponto de partida para outros estados agora, a pedido do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), todos eles vão buscar um caminho comum.

Vale, o articulador

Existem bons nomes para compor a vaga de vice na chapa caiadista liderada por Daniel Vilela (MDB), mas ultimamente, afunila em Paulo do Vale (União Brasil) e José Mário Schreiner. O ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, de perfil moderado, bom relacionamento institucional entre os poderes, transita bem entre os setores mais conservadores e os mais técnicos. Empresário com investimentos no agro e urbano, discreto e bom articulador político. Esse perfil, de acordo com observadores que conhecem o estado, ajudariam Daniel a estreitar o diálogo com setores produtivos.

Falta comunicação

Por ter um perfil discreto e avesso à publicidade pessoal, o ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, além de médico, é uma força da natureza em termos de trabalho e política. No entanto, carece de uma melhor comunicação fora de Rio Verde. Ele não é muito conhecido pela população em outras regiões do estado, mas pode reverter isso a partir de uma comunicação digital mais assertiva.

Zé Mário moderado

Quanto a José Mário Schreiner, seu perfil também é conservador e está à frente de uma das instituições mais importantes para a economia goiana, o Sistema Faeg/Senar. Foi deputado federal e um defensor constante de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do agronegócio goiano e brasileiro. Conhece todas as lideranças políticas do estado.

Calil andarilho

Que recesso nada, pelo menos para o deputado federal e médico,  Zacharias Calil (UB) que, não raro, viaja pelo interior em visita às suas bases eleitorais. Nesta terça-feira (29), esteve nos municípios de Morrinhos, Cidade de Goiás e Formosa em entregas de máquinas compras com emendas parlamentares sua.